19.06.97
Reunido na Alemanha, no último fim de semana, o grupo dos sete países mais ricos do mundo pode ter tomado medidas importantes, mas não desejo sequer abordá-las por saber que tudo o que fazem, via de regra, é para a manutenção do status quo. E, como a manutenção das coisas nos mesmos níveis em que se encontram significa que os mais ricos continuarão enriquecendo e os mais pobres empobrecerão ainda mais, cansei-me.
Chega da mesma cantilena. Os argumentos dos sete poderosos não me convencem há muito tempo. Portanto, o que me prendeu a atenção, não foi a reunião em si, mas dois acontecimentos marginais, dois atos de rua.
Em Londres, milhares de pessoas demonstraram indignação em relação ao capitalismo e, em Colônia, mais de setenta mil manifestantes pediram o perdão total das dívidas dos países mais pobres.
Claro que não serão os três ou quatro mil manifestantes londrinos, mesmo quebrando algumas vidraças de bancos importantes, que decretarão o fim do capitalismo; evidente também que setenta mil manifestantes alemães não possuem força para anistiar as dívidas dos países pobres, todavia, os dois atos, refletem uma tendência universal contra o discurso único do neoliberalismo.
Se manifestações dessa natureza estivessem ocorrendo na América Latina não haveria motivo para surpresas, seria até natural. Os latino-americanos mal suportam tanta exploração. No Brasil, não é à toa que a popularidade de FHC bateu recordes de baixa, ele representa o modelo acabado de governante subserviente aos interesses do capital internacional do qual o povo já se cansou. Mas que dizer dos povos que, a princípio, são beneficiados pela transferência de divisas dos países latino-americanos para os de primeiro mundo?
Estariam apenas e simplesmente repetindo o tímido apelo do papa João Paulo II, que pede a anistia das dívidas no ano 2000?
Não. Na verdade começa a se formar uma consciência coletiva sobre a perversidade neoliberal. Cidadãos do mundo têm coisas mais importantes para partilhar que a simples gana desenfreada de ganhar dinheiro. Existem pessoas preocupadas com o ambiente, com a cultura, com os valores humanos.
Quatro ou cinco anos atrás a onda, melhor dizendo, a vaga neoliberal parecia inexorável, agora dobra-se, verga-se. E verga-se diante da própria natureza humana. Menos mal, há uma luz também no fim deste túnel.
*O autor é doutor em História Social
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.