Wilson Valentim Biasotto *
6.10.98
Confesso que gostaria de realizar uma avaliação aprofundada sobre as eleições ocorridas domingo passado, pela sua dimensão e importância no processo de consolidação da tênue democracia brasileira. Evidentemente com a devida licença dos cientistas políticos que me permitiram, com certeza, uma breve incursão nessa ceara que lhes é muito mais familiar. O tempo (sempre o tempo) me permitirá, entretanto, somente alguns breves comentários, distribuídos em duas crônicas, para as quais peço a atenção do leitor.
Nem o político bem informado, nem o mais sonhador dentre os militantes de partidos políticos esperavam o resultado que Dourados apresentou nessas eleições: Zeca superou as expectativas mais otimistas; Carmelindo extrapolou quaisquer estimativas; João Grandão obteve uma vaga na câmara federal e, pela primeira vez, são eleitos dois deputados estaduais de esquerda, Tetila e Geraldo Resende.
Méritos não faltam a esses candidatos sufragados. O trabalho, a luta, a dedicação e a clareza nas suas opções pelo coletivo, credenciaram Tetila, João Grandão e Resende a esse vôo mais ousado. Como vereadores, dignificaram a função política e o cargo público que ocuparam. Distinguiram-se. Construíram suas respectivas carreiras tijolo por tijolo, é verdade que amparados por partidos ideológicos e por uma militância que impunha as suas bandeiras unicamente porque elas representam um ideal.
Mas que dizer de Zeca? E de Carmelindo, que foi sufragado sem que muitos de seus eleitores o tivessem visto uma única vez? Teria ele merecido tantos votos somente porque o seu suplente, o professor Cláudio Freire, é de Dourados?
Não tenho dúvidas de que Tetila e seus companheiros puxaram votos para os candidatos aos cargos majoritários, mas há um outro aspecto a considerar. É o ostracismo a que foi relegado o município de Dourados. Os douradenses parecem estar querendo mais que a presença de um vice-governador nas chapas dos governantes. Os douradenses querem mais obras públicas, querem respeito. Cansaram-se do bairrismo exacerbado dos governadores anteriores que praticamente só tiveram olhos para a capital.
Sendo correta a minha avaliação, se Zeca vier a ser eleito governador, Dourados deverá merecer um tratamento digno porque depositou nele as suas esperanças. Se, todavia, o restante do estado eleger Bacha, Dourados deverá ser tratada também de modo muito especial porque o alerta está feito, a lição está dada.
O autor é doutor em História Social
pela USP e diretor do CEUD/UFMS
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.