Wilson Valentim Biasotto*
28.03.03 Douradosnews
Cai definitivamente a máscara. O neoliberalismo não significa outra coisa senão a universalização da exploração perversa imposta ao restante do mundo pelo Consenso de Washington. E, pior, se algum país se negar a submeter-se ao jugo norte-americano: guerra.
E eu, que pensei que o terceiro milênio fosse consagrado à paz, ainda posso sorrir. Alegro-me por não estar só, milhares de pessoas, de diferentes credos, de diferentes raças, de diferentes costumes, manifestam-se diariamente em defesa da paz..
E eu, que sonhei com um mundo melhor para meus descendentes rejubilo-me com minhas companhias. Em todo o mundo o processo civilizatório avançou de tal maneira que mesmo no interior dos países beligerantes, apesar de toda propaganda midiática, há manifestações espetaculares contra a guerra.
E eu, que um dia imaginei o esperanto como fator universalizador, percebo hoje, com muita clareza, que a natureza humana, se sobrepõe às criações do homem e que, graças a ela, somos capazes de universalizar muito mais que uma língua falada ou imaginada. Podemos universalizar outras coisas maravilhosas, como a música, o futebol, o amor, a solidariedade, a paz..
E todos aqueles que acreditaram em governantes, mesmo nos raros estadistas, haverão de compreender que o avanço da democracia e as manifestações de massa podem ser mais importantes do que presidentes-representantes de interesses predominantemente econômicos.
Pelas manifestações ocorridas durante as duas últimas semanas, pelas manifestações que ocorrerão na semana vindoura, inclusive em Dourados, é que podemos continuar sonhando com um mundo mais justo, mais civilizado, onde as pessoas possam viver mais felizes.
É bom que nos manifestemos, que nos organizemos, que saibamos da nossa força: o boicote internacional a produtos norte-americanos, por exemplo, pode resultar em um abalo muito maior à economia que o provocado por uma bomba inteligente.
Por falar em bomba inteligente, quem sabe os norte-americanos não se convençam de que seria mais importante, útil e civilizado colocar uma dessas bombas na cadeira presidencial da Casa Branca.
De qualquer forma, conformemo-nos por hora. A história já nos mostrou muitos governantes tresloucados. Nero, Calígula, Hitler, Pinoche. Buch, Blair não serão os únicos. Outros ainda haverão de aparecer. A diferença é que a cada dia há menos espaço para esse tipo de gente.
Ah! Sadam Hussein? Oxalá seja também uma espécie em extinção. O avanço do processo democrático em todas as partes do mundo, haverá de sobrepor-se às tiranias. E se essa democracia não for imediatamente universalizada, se a paz não for imediatamente obtida, ao menos que seja motivo constante de nossas preocupações, de nossa luta, de nosso sonho.
*O autor é doutor em História Social pela
USP, professor aposentado da UFMS/Dourados
e vereador (PT), licenciado para exercer o cargo de
Secretário de Governo da Adm. Municipal.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.