Se todo brasileiro fosse um craque...

 

Originário na Inglaterra o futebol ganhou fronteiras tornando-se o esporte preferido por  milhões de habitantes da Terra. Sem dúvida é um esporte sadio e muito bonito que merece inclusive apoio. Em certos países entretanto, como é o caso do Brasil, existe um certo exagero devido talvez à excessiva profissionalização de nossos atletas.

O ordenado de nossos jogadores, como é do conhecimento de todos, não é nada mal comparando- se com os de outros profissionais. Tomemos como exemplo um caso, possivelmente o mais exorbitante que existe, o de Zico. Para ganhar o que Zico fatura mensalmente é necessário que um executivo trabalhe seis meses; um professor secundário, quase quatro anos e o trabalhador que recebe salário mínimo quase quinze anos.

Mas não fica apenas nisso exorbitância  da coisa. Ainda ontem, data em que se iniciaram oficialmente as disputas da Copa do Mundo, as emissoras de rádio noticiaram que uma comissão de jogadores da seleção brasileira reivindicava em nome dos jogadores, um “bicho” de nada mais nada menos que um milhão de cruzeiros, caso o Brasil sagre-se campeão.

Fatos dessa natureza chegam a se tornar revoltantes porque enquanto essas estrelas de nosso futebol enxergam apenas cifrões, nós torcedores, incluídos os que ganham salários mínimo, corremos o risco de sermos considerados anti-patriotas se não torcermos pela seleção canarinho.

Evidentemente a culpa não cabe somente aos jogadores, estes aliás, tem uma certa razão. Uma vez que o bolo é grande eles pretendem tirar boas fatias. Com quem dividir a culpa? Com o povo que optou por outras profissões diferentes do futebol?

Enquanto isso a propaganda vai correndo solta. “Todo o brasileiro é um técnico” dizem por aí, E nós ficamos intimamente satisfeitos sem percebermos que na verdade estamos sendo enganados porque todo brasileiro deveria ser um craque, isto sim. Bem, mas nem todos sabem dominar a bola com perfeição e então está possibilidade não existe, mas bem que se poderia pensar em empregar as gordas rendas da Loteria Esportiva em quadras de esportes e campos de futebol modestos, mas que propiciassem o “esporte para todos”.

De qualquer forma haveremos todos de torcer por mais uma vitória da seleção brasileira na  Copa do Mundo.

Wilson Valentim Biasotto

Jornal de Notícias – 02.06.78

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br