O triste adeus às estátuas

 

Ano 1978, século XX, civilização... civilização? Civilização, já que mencionei, do Concreto. É, para quem ainda não sentiu o drama, verdadeiro drama infelizmente, vivemos numa civilização de concreto. Chega de filosofar, de historiar, de rimar, de pensar, de amar... o único verbo que se pode conjugar tranqüilamente na atualidade, apesar de não existir, ainda, é o verbo concretar...

Vantagens em vivermos nesta era existe, e muitas, Não é necessário menciona-las porque todos desfrutamos de uma série de benefícios sem os quais sentiríamos pequeninos seres. Ocorre que muitas das vantagens que desfrutamos são verdadeiros engodos pois como diz o velho, mas não desgatado adágio, “nem tudo que  reluz é ouro”.

Na antiguidade Clássica, um povo, o grego, repudiava todo e qualquer trabalho que precisasse ser realizado com o uso das mãos. Bem, talvez porque a Grécia tenha sido o berço da filosofia e seus habitantes dedicassem-se por conseguinte à reflexão, desprezassem tanto tudo o que fosse manufaturado. Parece-nos óbvio, portanto, em termos comparativos, que a Civilização do Concreto despreza, tudo o que é manufaturado pois não é um processo mecânico e também tudo o que é pensado.

Talvez por ser mais pratico  encher uma bitoneira e logo após jogar a mistura em armações de madeira, é que nos tempos hodiernos a grande maioria dos monumentos são  originados em concreto armado. Muitos, diga-se de passagem, são belos, atraentes e compreensíveis; a  maioria, entretanto, são de muito mau gosto e o que é pior,precisa-se ser um entendimento em arte para saber-se o significado de certos monumentos. (Os leitores sabem que existe na Praça Antonio João um monumento à Bíblia?).

As estátuas pouco a pouco vão sendo envolvidas pelo concreto e desaparecendo; nosso povo vai se acostumando a ler os nomes de nossos heróis, nossos netos, nossos descendentes enfim, não poderão ver a figura esculpida de um Antonio João, Marcelino Pires, Nelson de Araújo e de uma séria de grandes heróis nacionais e de pró homens de toda a região.

Por nós que se espalhem estátuas pelos quatro cantos. Ou será que estamos ficando retrógrados.                                                                              Wilson Valentim Biasotto

Jornal de Notícias – 01.06.78

 

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