Nunca importar o que se pode produzir

 

O custo de vida no Brasil tem atingido nos últimos tempos proporções alarmantes. Dourados não constitui exceção à regra, ao contrário, aqui o custo de vida está aumentando tão aceleradamente que chega a causar grande preocupação, ao menos àqueles que dirigem esta terra e aos que entendem ser a nutrição fator importante para o desenvolvimento de um povo.

Dois fatores, principalmente, contribuem para este estado de coisas. A ganância desenfreada de muitos comerciantes e a incapacidade de que ainda existe em Dourados de se produzir uma gama enorme de produtos.

O primeiro caso poderá ser resolvido na medida em que a concorrência aumentar ou se a SUNAB passar a exercer o seu papel fiscalizador. Nesse sentido, tempos, atrás, o vereador Anis Faker apresentou requerimento solicitando um escritório daquele órgão em nossa cidade, mas até  o momento não houve sequer resposta. Agora a Prefeitura Municipal, através de sua Secretária da Agricultura está procedendo a um levantamento de preços, no sentido de informar o consumidor através da imprensa sobre as cotações dos diversos produtos hortifrutigranjeiros, para se evitar aberrações no mercado. Enquanto aguardamos provid6encias concretas falemos do outro aspecto da questão.Quando à incapacidade produtiva é necessário ressalvar de início   que não se pode pretender de imediato a industrialização; então, torna-se necessário trazer de fora os produtos manufaturados. Mas, certos produtos, como leite, legumes e hortaliças serem importados de Campo Grande ou São Paulo, pasmem os leitores, constitui-se numa aberração que as forças vivas de Dourados precisam urgentemente superar.

No caso do leite pasteurizado, alegam os supermercados locais que são obrigados a vender o produto   à preço de custo ou com prejuízo, unicamente para atenderem aos fregueses.

Esse custo atinge a casa dos cinco cruzeiros. Por outro lado o leite “in natura” que é vendido nas ruas de nossa cidade, sem que seja necessário o pagamento do imposto de circulação é vendido a cinco cruzeiros e cinqüenta centavos. Além da exorbitância do preço deve-se ressaltar que há pouca fiscalização sobre os cuidados higiênicos e mesmo com as misturas que podem fazer alguns leiteiros menos honestos.

Acreditamos que seja da competência da Secretaria Municipal de Agricultura tomar medidas urgentes a respeito, incentivando  a produção de horti-fruti-grangeiros. Poderia inclusive a referida secretaria incentivar a formação de uma Sociedade Anônima que instalasse uma industria de pasteurização do leite ou verificar se a Polenghi está cumprindo em Dourados o papel que deveria representar.

 

Wilson Valentim Biasotto

Jornal de Notícias – 07.06.78

 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br