Festa Escolares: faca de dois gumes

 

Festa Escolares: faca de dois gumes

 

As festas escolares  tem assumido nos últimos tempos um caráter bem diferente daquele dos velhos tempos. Atualmente os Colégios encamparam todas as promoções que outrora  eram reservadas aos estudantes.

Será que há necessidade dessa interferência dos colégios nas promoções escolares? Será que a capacidade de nossas jovens decresceu de uma hora para outra?

O problema é complexo. De um lado existe por parte dos colégios  necessidade de se envolverem em festas. De outro, não existe perda de capacidade, o que acontecer é um rebaixamento do nível cultural; mas isso não implica no primeiro aspecto.

A necessidade de envolvimento dos colégios explica-se pelo fato de haver, cada vez mais,  necessidade de dinheiro para suprir suas deficiências materiais, devido a impotência do Estado em suprir os estabelecimentos de ensino, de material didático e mesmo de proporcionar as reformas periódicas que um prédio público requer. Visto por este ângulo chega a ser, portanto, até digno  de elogios os sacrifícios de professores, funcionários e dos próprios diretores em benefício de suas escolas.

Da mesma forma, é bastante interessante a participação de alunos, vez que desenvolvem atividades extra-classe que lhes proporciona  conhecimentos interessantíssimos.

Bem, agora, o lado negativo da coisa. Os colégios, interessantes em lucros que justifiquem o trabalho esmeram-se em proporcionar bons atrativos para a festividade. Assim, professores já sobrecarregados com suas atividades didático-pedagógicas, são recrutados para organizarem a promoção, muitas vezes em prejuízo de suas aulas. Para se ter um exemplo:  se um professor perde quatro aulas num dia, cerca de cento e cinqüenta alunos saem prejudicados.

Além disso, é bom considerar que muito se perde na formação de lideranças. Tirada a oportunidade dos alunos de promoverem por si as festividades escolares, eles deixam de aprender muita coisa pela própria vivência, e  acabam se reduzindo em meros comandados, sem iniciativa, quiçá para toda a vida.

O ideal seria que o Estado desempenhasse suas funções de mantenedor dos estabelecimentos oficiais se ensino e conseqüentemente os colégios não tivesse a necessidade de promoverem  mais tempo para promoções culturais, e as festas que objetivassem angariar fundos seriam  comandados unicamente por alunos que poderiam empregar o dinheiro arrecadado em excursões, ou mesmo para festas de formatura.

 

Wilson Valentim Biasotto

Jornal de Notícias – 15.08.78

 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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