Nossa alegria com a Cidade Universitária não pode acabar

Wilson Valentim Biasotto*                        26.02.01

 

Dirigir o Câmpus de Dourados da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, nosso CEUD, constituiu-se para nós em um misto de ansiedade e alegrias. Ansiedade porque ao construirmos coletivamente o grande projeto da Cidade Universitária para a região, assumimos, com os nossos pares, com a UEMS, com a sociedade douradense e com os políticos de nosso estado, um compromisso muito maior que as nossas forças. Alegrias porque ao longo de quatro anos aumentamos o círculo de nossa amizade, recebemos o carinho de nossos amigos e de nossos alunos e vimos nosso projeto sendo implantado..

Não criamos uma inimizade sequer. Se erramos fomos perdoado e se fomos ofendido perdoamos. O perdão é uma das mais belas coisas que o ser humano pode conceder. E só perdoa quem tem o perdão em suas mãos, quer dizer, aqueles que de alguma forma foram ultrajados, prejudicados enfim, e têm a humildade de não levar à base do olho-por-olho, dente-por-dente.

Para sermos franco, nosso mandato transcorreu sem que o sentíssemos. Nosso entusiasmo sempre alicerçou-se na crença que tínhamos de estar representando uma vontade coletiva. Vontade que culminou com o projeto da Cidade Universitária de Dourados e que nos absorveu totalmente. Nosso gabinete nunca esteve vazio. Até as últimas horas de nosso mandato trabalhamos como se o estivéssemos começando.

Isso somente foi possível graças a ação conjunta com a UEMS, com as forças representativas da sociedade, com os políticos dos mais variados matizes ideológicos, com a imprensa, com nossos alunos, professores e funcionários. Foi com essa conjugação de forças que pudemos dar um tom alegre e construtivo ao nosso mandato.

Por isso tudo e pela ajuda de nossa família estamos muito gratos.

Para nossa substituição no cargo realizaram-se eleições em 15 de dezembro último. Apontamos como nosso candidato à sucessão o professor Dr. Cláudio Freire, homem honesto, honrado, conciliador, profundo conhecedor da Universidade Brasileira e de nossa Universidade. O professor Cláudio foi eleito com quase cinquenta por cento dos votos, tendo o seu opositor obtido pouco mais que vinte e quatro por cento. No entanto, o atual reitor, não obstante a expressiva vitória do professor Cláudio Freire, resolveu nomear o segundo colocado para ser o futuro diretor do CEUD.

O que estaria por trás dessa nomeação que é, antes de mais nada um desrespeito à democracia, aos costumes de nosso Câmpus e para com nossa sociedade? Um simples equívoco? A pressão de políticos sem escrúpulos? Uma manobra para desarticular o projeto da Cidade Universitária de Dourados?

Qualquer que seja o motivo, não podemos aceitar uma situação dessas. Em nome da alegria de nosso mandato, em nome de conjugação de forças que organizamos para construirmos a Cidade Universitária de Dourados, em nome da felicidade dos pais de nossos alunos, em nome da luta de nossos homens públicos, que tanto se esforçaram para dar vida à Cidade Universitária, não podemos permitir que o Diretor eleito democraticamente, prof. Dr. Cláudio Freire, seja tolhido de seu sagrado direito de posse.

* o autor é doutor em História Social pela USP,

 professor da UFMS e vereador em Dourados.

 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
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recebida com surpresa e alegria

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