Wilson Valentim Biasotto *
O tempo foi passando e eu adiando esse projeto. Belo dia, ano passado, numa feira do Livro, deparo-me com um título sugestivo: Fábulas Italianas, de Ítalo Calvino. Leio a obra, razoavelmente volumosa, praticamente de um só fôlego, pois, para a minha surpresa, lá estavam as histórias de minha avó.
Roubaram-me um sonho, pensei no início, mas logo reconfortei-me, em primeiro lugar porque as Fábulas Italianas são muito bonitas, em segundo porque avivou-me o desejo de escreve-las, pois nem todas as fábulas que sei estão lá e muitas possuem versão diferente. O sonho, portanto, continua, e, hoje, já tenho umas fitas cassete, gravadas com muitas histórias, lembradas por minha mãe, que um dia desses ainda virão à luz.
Por ora desejo contar-lhes apenas uma dessas fábulas, que vem à proposito.
É sabido que São Pedro é o guardião da chave do céu. Lá ninguém entra sem passar pela sua autorização. Em compensação sua mãe, mulher avara, amargava duras penas nas profundezas do inferno.
São Pedro inconformado, certo dia, falou com Deus a respeito. Ponderou que não lhe parecia justa aquela situação, ele, portador da chave do céu, portanto homem de confiança do Senhor, ter a sua própria mãe no inferno.
Deus aquiesceu. Disse que daria a Pedro a oportunidade de descer ao inferno e retirar de lá a sua mãe.
E lá se foi São Pedro inferno abaixo e conferiu que pelas profundezas onde se encontrava, sua mãe deveria ter feito poucas e boas. Mas ele não se importou, estava pronto para salvá-la. Estendeu-lhe a mão e iniciou o caminho de volta.
Na medida em que São Pedro ia subindo, muitas almas se agarravam aos pés de sua mãe buscando a salvação. Formou-se um longo cordão, com muitas almas dependuradas umas nas outras, sequiosas em aproveitar aquela oportunidade única de saírem do inferno.
Tudo ia muito bem até o momento em que São Pedro chegou na porta de saída. Sua mãe, pretendendo salvar-se sozinha, chacoalhou os pés de modo que todas aquelas almas, que estavam agarradas a ela, caíram novamente.
Por castigo Deus fez com que ela também se soltasse das mãos do filho e voltasse para as profundezas do inferno.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.