Comemora-se hoje em todo o território nacional o dia dos Estudantes. Antigamente este dia era comemorado com uma certa extravagância: os estudantes entravam em bares, restaurantes e casa de diversões, comiam, bebiam e sorrateiramente saiam, sem pagas um tostão. Era como nas sextas-feiras Santas em que o povo habituou-se a roubar uma galinha para comer, no Sábado, no Sábado de Aleluia. Hoje os tempos mudaram. Tudo muda neste mundo. Os trotes aplicados aos calouros, só para relacionar com uma tradição estudantil, também já não são o que eram. Antes mais divertidos, embora certas faculdades os aplicasse com certa selvageria. Hoje mais humanos, mas tendendo a desaparecer.
Da mesma forma que os trotes, a comemoração do dia dos Estudantes também mudou muito com o transcorrer do tempo. Hoje já ninguém se arrisca a passar o conto do vigário nos bares, lanchonetes e restaurantes. A data passa quase que desapercebida e inclusive muitos estudantes nem sabem que existe um dia especial em seu louvor.
Mas, como nem todos se esquecem desse dia, aqui vai nossa mensagem de paz, de carinho e de esperança, a todos os estudantes, brancos, amarelos, mulatos, mamelucos, pobres, remediados e ricos.
Ao estudante que dedica sua vida todinha unicamente aos estudos, a nossa fé de que realmente aproveite seus dias, iluminando-se com idéias que tragam por porvir melhor a esta Pátria Amada.
Ao estudante que trabalha durante todo dia e ainda tem ânimo para sentar-se em um banco escolar, objetivando ascender na vida, nossos votos de que realmente atinja o que almeja.
Ao estudante aplicado, que sempre faz além da lição, o nosso desejo de que continue trilhando a passos largos o caminho do saber, até encontrar na clareira da ciência a satisfação de realizar-se intelectualmente.
Ao aluno gazeteiro, que vai à escola mais para divertir-se de que para aprender algo novo, os votos de que pare um instante, reflita bem, e acabe descobrindo o prazer de estudar.
Aos estudantes que amassam barro no trajeto escolar-lar, aos que enfrentam a escuridão da noite, o nosso desejo de que as forças vivas da cidade lembrem-se que um dia foram estudantes também e asfaltem as principais ruas que demandam às nossas escolas, que iluminem estas vias, que proporcionem ônibus circulares para os condizirem, que enfim dêem as condições mínimas necessárias para que possam continuar sendo estudantes.
Mas, nesse seu dia, prezado estudante, é bom que você reflita um pouco mais. Você que é homem de amanhã, a esperança dessa imensa pátria, que tem feito para nosso desenvolvimento material e cultural?
Por fim, nossa mensagem carinhosa àqueles que são estudantes apenas de coração, porque a sociedade não lhes proporciona condições de estudar. Faça um pouco mais de esforço, ainda um pouco mais, quem sabe você consegue.
Wilson Valentim Biasotto
Jornal de Notícias, 11.08.1978
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
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Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
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