Acorda meu povo!

Acorda meu povo, que eu, sinceramente estou querendo dormir. Apenas dormir, não hibernar e esperar pacientemente mais quatro anos. Para falar bem a verdade, já estou pensando seriamente em enfiar a viola no saco. Minha viola já está num canto, jogada, com as cordas arrebentadas. Mas fazer o que com viola se não consigo cantar. E se tento não entoa. Perdi também o pandeiro, mas qual tal um bom guerreiro, nem tinha me importado. Para que pandeiro afinal, se com a caixa de fósforo dá para tirar um samba. Afinal, já não nos ensinou Vinicius que é melhor ser alegre que ser triste/que a alegria é a melhor coisa que existe.

Mas a minha caixinha de fósforo é ainda da marca sol. E como acabei de ver o debate entre os candidatos ao governo de nosso Mato Grosso do Sul, sol me lembrou PSOL, o partido da Heloisa e do Nei Braga. E não é que o Nei foi meu aluno, tanto quanto o João Grandão e o Eduardo, hoje nosso prefeito? E tantos outros dos quais me orgulho.

Então pensei com os meus botões: o Nei vai arrebentar a boca do balão. E quando ele foi falar dos vídeos eu me antecipei e aconselhei o Nei a perguntar por que os vídeos foram provas suficientes para prender o Ari, o Carlinhos e mais nove vereadores, e não serviram como prova para prender deputado e governador?

Mas quá! Ele não me ouviu. O PSOL que brilha aqui não brilha como acolá. Ele só levantou a bola para o André chutar. E como chuta esse André?

E o nosso Zeca? Na sua primeira apresentação como candidato aqui em Dourados afirmou que estava doido para debater com o André. Prometeu que ia perguntar o porquê do André ter amarelado na eleição de 2002. Perguntou nada, esqueceu-se. Mas achei que era por ter uma pergunta melhor. Até levantei da cadeira, e gritei: pergunta Zeca, pergunta o que o André fazia com os 2 milhões por mês que o Rigo falou que lhe dava? Pergunta Zeca, pergunta se o André abre todas as contas dele ou se abre somente as contas que ele tem nos bancos brasileiros?

- Calma Zeca, essa não dá para perguntar, vai que o homem não tem conta bancária nas Ilhas Cayman e aí ele manda-lhe um processo nas costas. Pergunta só dos dois milhões que já está bom.

Mas quá! Quem viu o Zeca derrubar o aviãozinho do Bacha no debate de 1999, imaginava que ele fosse transformar o André em Torres Gêmeas. Que nada!

E o nosso governador? Bem, depois que passou a tremedeira, foi pegando gosto e, muito esperto, ele que deveria estar jogando na defesa, queria até marcar gol. Atacou e chutou o pé na barraca. É isso, mesmo, chutou o pé na barraca. Imagine! Falar que pegou o Estado quebrado e que foi o Zeca quem desviou dinheiro?

Mas isso tudo não foi nada, a minha revolta foi coisa séria.

Veja o meu caro leitor: entre 1995 e 1998 o PMDB do André, naquela época comandado pelo governador Barbosa Martins, quase acabou com a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, a nossa querida UEMS. Pois bem, veio o Zeca e as forças vivas de nossa Dourados apresentaram-lhe o Projeto Cidade Universitária. Zeca encampou o projeto, expandiu o UEMS e concedeu-lhe a sonhada autonomia financeira.

Que fez o André ao assumir o governo? Tirou a autonomia da UEMS e agora, acusado dessa vergonhosa atitude, apresenta números dizendo que aumentou os repasses para a nossa Universidade Estadual. Ora, se tivesse mantido a autonomia aprovada no governo Zeca, com o aumento da arrecadação, os repasses seriam muito mais vultosos e a UEMS estaria crescendo tanto quanto a UFGD. Já pensaram?

E não para aí. Tentando se livrar da pecha de destruidor da UEMS o nosso governador promete abrir a UEMS em Campo Grande e depois, retificando diz que vai sim abrir a UEMS em Campo Grande, mas só vai criar o curso de Medicina lá. A sede continuaria em Dourados.

Ora, ora, eu que sou bem mais bobinho, lutei o tanto que pude para abrir o curso de Medicina no CEUD porque sabia o poderio desse curso. Tinha a mais absoluta convicção de que com o curso de Medicina no CEUD nós estaríamos facilitando a vinda da UFGD.

Por analogia, abrindo-se um curso de Medicina em Campo Grande não tenho dúvidas de que a Reitoria da UEMS dentro de dois ou três anos estará lá.

Não sou Omar Cardoso, nem mãe Diná, como sugere o amigo Cícero Faria, e nem escrevo para aparecer como diz outro amigo, o Valfrido Silva, mas eu já havia postado em 23/04/2010 uma crônica defendendo “A criação da Universidade Estadual de Campo Grande”.  Então, se o governador desejar criar um curso de Medicina na Universidade Estadual de Campo Grande terá obrigação de criar um curso de igual peso para Dourados. Percebe?  

Acorda meu povo que eu estou querendo dormir. Para acordar em 3 de outubro com os olhos verdes de esperança e as mãos prontas para colorir a minha cidade, meu estado e meu país com o vermelho da vitalidade e confiança que nos traz o Partido dos Trabalhadores.

E abro o meu voto, não só na conversa, mas no papel: Tetila, estadual, porque foi o melhor prefeito que Dourados já teve (com o perdão do Zé Elias que ficou um pouco atrás); João Grandão, federal, porque trabalhou muito por nós e foi injustiçado, como penso que foi injustiçada também a Clarice (do IPTU) aqui em Dourados. Para o Senado voto em Dagoberto porque formará uma dupla nunca vista em nosso estado junto com Delcídio que foi, sem dúvida, o melhor senador que o Mato Grosso do Sul já teve. Para o governo do Estado voto no Zeca porque é bom administrador, é municipalista, é democrático. Para presidenta, Dilma, porque a sua estatura como administradora é muito superior à dos demais candidatos e porque quero ver o meu país seguir em frente, com a continuidade ao trabalho de Lula.  

De qualquer forma, continuarei respeitando, como sempre respeitei a vontade soberana de nossos concidadãos. Cada eleição é um grande aprendizado e com um palito da caixa de fósforo acendo a vela da esperança, que jamais deve se apagar.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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