Dourados: verás que um filho seu não foge à luta

No mesmo dia 13 de setembro de 2010, data em que a população de Dourados se fez representar à frente da Câmara Municipal, por uma vanguarda que nos orgulha de morarmos nessa cidade, eu postei artigo nos jornais eletrônicos alertando para o fato de a polícia precisar ser calma e que quanto maior a civilidade de uma nação maior a educação da polícia.

Triste episódio! A polícia ao invés de fazer um cordão de isolamento, ao invés de alinhar os seus efetivos de maneira a assegurar a ordem pública mandou gás, bombas e balas de borracha atingindo indiscriminadamente homens e mulheres que estavam apenas e tão somente exigindo o que na verdade todo o povo de Dourados deseja: “eleições já”

Que me desculpe o governador, mas se ele imediatamente não afastar os comandantes e os policiais envolvidos nesse descalabro, como comandante supremo da Polícia Civil, deverá ser responsabilizado pela truculência cometida. Se não tomar tal medida, fica a sugestão para que renuncie à sua candidatura, pois assim como Dourados encontra-se revoltada, todo o Estado de Mato Grosso do Sul haverá de revoltar-se.

Confesso aos leitores de minhas crônicas que diante da televisão, assistindo ao vivo as cenas deprimentes da polícia atacando o nosso povo, o meu sangue clamou por justiça e somente não fui à praça pública porque na qualidade de candidato derrotado nas últimas eleições municipais eu poderia ter sido mal interpretado, poderia ser julgado como alguém tentando tirar proveito dessa situação.

Mas agora, ao ver pessoas humildes sendo agredidas, assistindo aos meus colegas professores sendo atacados, vendo estudantes douradenses, sindicalistas, movimentos sociais e representantes de todas as camadas sociais de Dourados colocando-se à frente do campo de batalha, para reivindicar eleições, não posso calar-me e nesse sentido conclamo:

1 - O meu Partido, o PT e todos os Partidos Democráticos de nossa Cidade para que façamos uma frente ampla e nos unamos aos manifestantes desse histórico dia 13 de setembro, para exigirmos a realização de eleições diretas já;

2 – Exorto o meu adversário nas últimas eleições, o vice-governador Murilo Zauith para que à frente dos estudantes da UNIGRAN também coloque-se em praça pública para juntos, pedirmos eleições diretas já;

3 - Da mesma forma apelo às outras Universidades de Dourados para que, como guardiães do saber, da democracia e da paz, levantem as suas respectivas bandeiras na luta pela Justiça;

4 - Apelo às forças policiais no sentido de que soltem imediatamente os manifestantes que foram presos e se redimam diante de nossa sociedade pelos atos agressivos de alguns de seus membros;

5 - Clamo à Justiça de nossa Cidade para que aja com a rapidez necessária para devolver ao povo o que lhe é de direito: o poder de eleger os seus representantes.

6 – Conclamo também as entidades religiosas e de classe, clubes de serviços, associações e a mídia local para restabelecermos no mais breve espaço de tempo possível a democracia plena em nossa querida Dourados;

6 - Finalmente, ao cumprimentar o Comitê de Defesa Popular pela iniciativa e pela serenidade com que se portou diante as agressões sofridas, solicito aos seus integrantes que promovam uma grande reunião com as forças vivas de nossa cidade para evitarmos o golpismo que se vislumbra.  Eu estarei presente.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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