Bepi Bipolar (VII): o abduzido

Se o caro leitor der um clique em um sitio de pesquisas poderá verificar que as estimativas apontam para mais de 8 milhões de registros ufológicos ao redor de nosso Planeta Terra. A cada 6 horas uma pessoa é abduzida. E as histórias desses contatos são rigorosamente semelhantes, sabe-se lá se porque os alienígenas que nos visitam procedem realmente de maneira idêntica ou se os abduzidos assistiram aos mesmos filmes, leram as mesmas histórias ou viram programas de televisão nos quais a ficção científica ganha status de realidade.

Dando-se como certo que os contatos de terceiro grau ocupam o imaginário social das pessoas que habitam a Terra, não é de duvidar que o nosso Bepi Bipolar tenha sido levado para um objeto não identificado e convivido com seres de aparência muito diferentes dos humanos atuais. Confiram o relato que fez ao seu amigo Tino Sonso.

- Veja Tino, iniciou Bepi Bipolar, como as coisas são: sai de minha visita ao hospital já tarde da noite, feliz por ter conseguido definir o que é a vida, como lhe contei, e sem querer, meto-me em uma confusão sem tamanho. Cortava a brisa fresca da noite enluarada pilotando minha moto pela estrada que me traria ao nosso Canfundó quando percebo uma luz ao meu lado, na margem da estrada, acompanhando-me do alto. Fiquei meio aturdido e fui diminuindo a velocidade até parar no acostamento. Então um cone de luz envolveu-me e fui tragado para o alto com moto e tudo até entrar em um objeto semelhante a uma nave espacial relativamente pequena, medindo cerca de três metros de diâmetro.

- Foi uma sensação maravilhosa. Sabe lá o que é você estar flutuando, como se o seu corpo fosse uma pluma lançada ao ar?  Foram momentos de êxtase indescritível.

- Já dentro daquele aparelho estranho ainda meio estonteado deparei-me com dois seres de aproximadamente um metro e meio de altura, vestidos apenas com uma espécie de short, desprovidos de cabelos, sobrancelhas, silos, completamente sem pelos. Tinham a pele grossa, amarronzada, os olhos salientes, os braços mais curtos que os nossos, as mãos delgadas e os dedos alongados. Os olhos arregalados pareciam saltar fora da cavidade ocular, mas não obstante a aparência um tanto diferente, simpatizei de imediato por aquelas criaturas. Tal foi a empatia entre nós que a impressão era de que éramos velhos conhecidos.

- Olha Tino Sonso, continuou Bepi Bipolar, estou contando-lhe essas coisas porque sei que é meu amigo e que acredita em mim. E você sabe muito bem que não sofro de narcolepsia, essa doença do sono intermitente que gera alucinações. O que vi e vivi é a mais sacrossanta realidade. Digo-lhe isso porque o pior ainda está por vir, quer dizer, não o pior, mas o mais surpreendente. Parece mentira Tino, parece mentira, mas veja o que aconteceu em seguida. 

- As criaturas começaram a conversar comigo em português. Isso mesmo, em português. Quer dizer, tive um pouco de dificuldade em reconhecer que era a nossa própria língua, pois tudo era dito de forma abreviada, mas tive um estalo e comparei as abreviações utilizadas por eles com a linguagem usada pelos jovens na Internet, então ficou fácil, quando me disseram: “nam assus, a gen é do futur, a gen é da Ter mes, po se q seja paren remo”, logo conclui que queriam dizer “Não assuste, a gente é do futuro, a gente é da Terra mesmo, pode ser que sejamos parentes remotos”.

- Agora entendo que a música País Tropical, de Bem Jor, é uma mensagem cifrada. Acho que ele foi abduzido também pelos terráqueos do futuro e inventou a música que diz tudo abreviado: “Sou Flame / Tê uma nê / Chamá Terê / Sou Flame / Tê uma nê  / Chamá Terê” (Sou Flamengo, tenho uma nega chamada Teresa, Sou Flamengo, tenho uma nega chamada Teresa...)

- Bom, mas enfim, quer dizer que eu não estava em nenhuma nave espacial e as criaturas não eram ETs, mas terráqueos vivendo no futuro. Eu estava em uma máquina do tempo. Uma máquina completamente diferente das imaginadas a partir de 1895, quando H. G. Wells escreveu o romance ficcional: “A máquina do tempo

Concordei em viajar com eles para o futuro desde que se comprometessem em me trazer de volta. (continua...)

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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