Crônicas em retalhos

           

 Planejamento: È lamentável que a Prefeitura de Dourados tenha pedido e a Câmara Municipal aprovado a extinção da Secretaria de Planejamento. Muitíssimo lamentável, pois nos tempos contemporâneos, crescimento e desenvolvimento urbano são indissociáveis do planejamento. Dizer que não se extinguiu a Secretaria de Planejamento, mas que ela foi incorporada à Secretaria de Obras é ainda pior, pois as pessoas que assim entendem pensam que o planejamento de uma cidade está restrito à confecção de mapas e plantas. Planejar, antes de mais nada é pensar o futuro.

Meio ambiente: José Marques Luís, insigne cidadão douradense, com vasta folha de serviços prestados à nossa comunidade, escreveu matéria condenando a subordinação do Instituto do Meio Ambiente a uma Secretaria. Trata-se realmente de um retrocesso, de outro retrocesso. Mas como nem tudo está tão ruim que não possa piorar, a Câmara ter votado favoravelmente à queima da palha da cana, foi deprimente. Felizmente a Justiça Federal não permitiu mais esse descalabro e a partir de 12/07/2010 a queima da palha está proibida em todo o estado.

Perdas lamentáveis: Quase sempre há alguém para lamentar uma morte, seja filho, pai, cônjuge ou amigo, mas o passamento de algumas pessoas repercute não somente pelos laços de ligação familiar ou amigável, mas pelo que representaram no mundo das ciências, das artes ou de suas respectivas contribuições à sociedade global ou regional. Em junho passado o mundo perdeu José Saramago (87 anos), o único escritor de Língua Portuguesa a ser distinguido com um prêmio Nobel. Dourados perdeu João Astolfi (65 anos), juiz aposentado, rotariano, membro da Sociedade Douradense de Beneficência, que teve voz importante na decisão da transformação da Santa Casa em Hospital Universitário.

Besteiras de representação: Aqueles que entendem que a nossa região deveria ter um representante no senado, vários na Câmara e outros tantos na Assembléia Legislativa, deveriam defender o voto distrital, ou, ao menos o voto distrital misto e não esse ou aquele nome. Particularmente não me sentiria representado por político de partido conservador, mesmo que fosse meu vizinho de parede-meia. O que faz o bom político é a sua postura ética e ideológica, não a localização de sua residência.

Avaliação do MEC: O Ministério da Educação tem avaliado primeiro, segundo e terceiro graus. Cobrar o desempenho dos trabalhadores em educação é um ato rigorosamente correto, no entanto é necessário que sejam tomadas medidas pós-avaliação para que as desigualdades no nível de ensino sejam superadas. A começar pela melhoria salarial.

Avaliação das Escolas Douradenses: Mais uma vez a Escola Joaquim Murtinho foi a mais bem avaliada. Está de parabéns toda a comunidade que integra aquela escola pública: alunos, professores, coordenadores, direção e pais de alunos. Fica provado que a participação dos pais é importante e que as atividades extraclasses como coral, teatro e esportes variados enriquecem o aprendizado.

Ainda está bom, mas já foi melhor: A imprensa local noticiou que as médias das escolas públicas douradenses foram superiores às médias nacionais. Mas não há motivo para muita comemoração, em primeiro lugar porque a média nacional, apesar de ter melhorado nos últimos anos, ainda é baixa, e, segundo, mais de uma dúzia de escolas de Dourados tiveram média inferior à avaliação passada. É bom que as autoridades educacionais abram o olho porque para melhorar o nível é difícil, mas para despencar é muito, muitíssimo fácil.

Investimentos estaduais em Dourados: Quando Zeca assumiu o governo em 1999 a arrecadação do estado estava em torno de 75 milhões de reais por mês. Uma vergonha! Quando Zeca saiu em 2006 deixou uma arrecadação de 450 milhões por mês. Um saldo altamente positivo! Impulsionado pelo desenvolvimento brasileiro, atualmente o estado arrecada cerca de 650 milhões por mês, se eu não estiver enganado. Digamos que dos 650 milhões arrecadados mensalmente sejam destinados apenas 10% para investimentos e o restante corra por conta das despesas de custeio e folha de pagamento. Pois bem, ao longo de 4 anos, não, vamos colocar apenas 3 anos, ao longo de três anos teríamos cerca de 2 bilhões 340 milhões para investimentos. A construção da Perimetral deverá girar em torno de 25 milhões, a Rodovia Pedro Palhano (Itaporã/Dourados) uns 30 milhões e o recapeamento de algumas avenidas mais 10 milhões. Se somarmos a esses números uns 3 milhões para reformas de escolas, mais uns 15 milhões para as contrapartidas de verbas federais, 5 milhões para o aeroporto e, ainda, se computarmos, com muito boa vontade, 12 milhões em “outras obras”, teremos um total de 100 milhões investidos pelo governo do estado no município de Dourados ao longo do atual mandato, ou seja,  pouquinho mais de 4% daquilo que o estado investiu em outras regiões com recursos próprios. É muito pouco, se a divisão do bolo fosse proporcional ao número de habitantes o repasse para Dourados não deveria ser inferior a 10%.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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