Tino Sonso, seu amigo quase inseparável, ria que ria, chamando a atenção de Bepi Bipolar. E ao ser perguntado sobre o motivo do riso fez brincadeira respondendo rio porque rico ri à toa, mas percebendo a cara contrariada do amigo, emendou que ria porque para ele as promessas também se derretiam como os sorvetes. Para comprovar disse que ele mesmo havia arrumado a mala várias vezes para ir ver Lula
É a política idiota! Opa, não é para lhe ofender Lino Sonso, disse Bepi Bipolar no pólo do senso. Estava apenas parafraseando Bill Clinton que em 1991, dirigiu a Bush pai a célebre frase: É a economia, idiota. O que quero dizer é que Lula não foi a Dourados por causa da política, não que você, meu caro Lino Sonso, seja um idiota.
Explico-me, continuou Bepi Bipolar, ainda no pólo no senso: Embora Dourados fosse administrada pelo PT, partido do presidente, a maioria da bancada de Mato Grosso do Sul no Congresso é composta pelo PMDB, inclusive um dos deputados peemedebista tinha as suas bases
Além disso, nunca é demais lembrar que quando o filho nasce bonito, não faltam pais, mas como a criação da UFGD é obra petista, alguns outros partidos ficaram incomodados em dar a César o que seria de César e moveram céus e terra para impedir a vinda do presidente à Dourados. O pior é que esse tipo de político dá o tapa e esconde a mão. Nada se prova e somos obrigados a parafrasear Jânio Quadros dizendo que forças ocultas impediram a vinda de Lula.
Eu sinto, continuou Bepi Bipolar, porque se Lula tivesse ido a Dourados até a nossa Cafundó aqui no fim do mundo seria lembrada. Mas o PT sul-mato-grossense não deixa de ter um bocado de culpa, estivesse unido talvez as forças ocultas fossem anuladas, no entanto, as divisões internas do partido, que alguns poderiam chamar de traições internas, não permitiram a aglutinação de forças em torno desse projeto. Essa é a história nua e crua. O PMDB, que apoiou o DEM para a eleição da prefeitura abominava a vinda de Lula, por outro lado a turma do PT que apoiava o PDT ao invés do PT, nada fez para ajudar nos esforços do deputado Biffi e do Senador Delcídio para que Lula viesse inaugurar a UFGD.
Mas essas coisas passam, disse Bepi Bipolar, o que vale é que a UFGD foi a obra mais importante edificada no Estado nos últimos anos, os perdedores são como fósforos queimados, os vencedores, por sua vez... bem, aos vencedores as batatas, como diria Quincas Borba, pela pena de Machado de Assis.
Bepi Bipolar fez uma pausa e talvez pelo cansaço com o embalo dado ao seu discurso perguntou: Que dizia eu Tino Sonso?
Tino, conhecendo bem o amigo, ora com senso, ora nonsense, calou-se um instante e aguardou.
Ah! sim, prosseguiu Bepi Bipolar, quando eu for o presidente, e você fica desde já nomeado meu assessor para as viagens internas, não faça minha agenda pressionado por políticos, sejam deputados, senadores, ou governadores, e desde já inclua aí Dourados. Marque na agenda e não diga nada nem pro André, nem pro Zeca, nem pro Ari, nem pra deputado algum. Se ficarem sabendo que vou acabo não indo, entendeu? Marque tudo
Seus comentários são bem vindos: biasotto@biasotto.com.br
* Membro da Academia Douradense de Letras; aposentou-se como professor titular pelo CEUD/UFMS, onde, além do magistério e desenvolvimento de projetos de pesquisas, ocupou cargos de chefia e direção.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.