A UEMS e os compromissos do governador

 

            

             Notícia do Dourados News, publicada em 6 de fevereiro de 2006, dá conta de que o governo Zeca pretende transferir a UEMS para Campo Grande. Se o governador do estado fez compromisso de ampliar o ensino universitário público estadual para a capital, penso que tem mais é que cumprir. Afinal, o próprio governador, em seu início de carreira sempre dizia que não fazia promessas, que assumia compromissos. Agora, com todo o respeito, desejo expressar a minha opinião, e vou adiantando que embora não tenha poder político em minhas mãos para interferir nesse processo, tenho autoridade de cidadão que foi para debaixo do semáforo fazer campanha para Zeca ser o governador desse estado.  E, sem falsa modéstia, não fui como um cabo eleitoral mas como pessoa respeitada pelo muito que trabalhei pelo ensino superior de Dourados. Falo com a autoridade de quem guardou o seu diploma de doutor na gaveta e foi pelas ruas distribuir propaganda eleitoral com o intuito de dar exemplo e motivar a militância a eleger um governador com o qual pudéssemos contar, especialmente porque acreditávamos que um novo Mato Grosso do Sul era possível de ser construído.

Não me arrependo um milímetro de ter lutado com tanta intensidade, mas pelo tom de desabafo desse início, o leitor já deve ter percebido que não está me agradando absolutamente nada a idéia de se transferir a UEMS para Campo Grande. A UEMS é uma conquista de Dourados, tem uma história que tem que ser respeitada. Sou também absolutamente contrário à abertura de um Campus da UEMS em Campo Grande porque não iria dois ou três anos e perderíamos a Reitoria para a Capital. Se hoje, com o alinhamento político as coisas estão difíceis, imagine a guerra no dia em que não houver alinhamento.

Por outro lado, sou absolutamente favorável à expansão do ensino público superior e estou muito satisfeito com o fato de o presidente Lula ter aberto várias Universidades Federais, inclusive a UFGD, que contou, inclusive com boa parcela de esforço do governador. Então, como resolver a questão. A minha sugestão é que o governador seja ousado e crie a Universidade Estadual de Campo Grande. O Mato Grosso do Sul inteiro ficará satisfeito e a capital, sentir-se-á orgulhosa. Não precisa construir um elefante branco. Siga o exemplo da UEMS, crie a Universidade, abra uns poucos cursos que não necessitem investimentos muito pesados para começar, depois, com o passar do tempo a Universidade Estadual de Campo Grande crescerá, como aconteceu com a UEMS até ser reconhecida nacionalmente, ou com a UFMS, ou ainda como cresceu o campus de Dourados da UFMS até se transformar em UFGD.

Que o governador Zeca não perca a sua ousadia, não perca a sua coragem e não perca a sua capacidade de discernimento nessa hora. Tenho a certeza que Dourados ficará feliz com a criação da Universidade Estadual de Campo Grande, mas não permitirá que a UEMS seja transferida, jamais.

Vou além, para dizer que o estado de Mato Grosso do Sul deveria estabelecer uma estratégia de expansão do ensino público superior, pensando de imediato, além da Criação da Universidade Estadual de Campo Grande, na transformação dos Campi de Corumbá e de Três Lagoas da UFMS em Universidade Federal do Pantanal e Universidade Federal do Bolsão, respectivamente. Ganhariam o Mato Grosso do Sul, o Centro Oeste e o Brasil.

* seus comentários são bem vindos pelo sítio:  www.biasotto.com.br

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