UFGD: quantas pedras ainda faltam para removermos?

   

Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás

Che Guevara

 

Triste sina a dos cronistas, tanto daqueles que por obrigação contratual têm que escrever todo o santo dia, como a dos que, por prazer, indignação ou responsabilidade social se colocam diante de um computador para comentarem um acontecimento do cotidiano. Aos primeiros pode sobejar ou faltar assunto: se os fatos forem muitos, têm que escolher o melhor, se faltarem temas têm que inventar algo que agrade ou escrever sobre assuntos não tão nobres, como o fizeram grandes expoentes da literatura brasileira, inclusive Machado de Assis.

Quanto ao segundo grupo de cronistas acima anunciados, o dos diletantes, a esses não faltam temas, pois não sendo obrigados a tê-los diariamente, mal percebem se lhes faltam. Logo, aos cronistas não assalariados pode acontecer de os assuntos surgirem aos borbotões e eles ficarem impossibilitados de abordarem a todos, por escassez de tempo, uma vez que têm que se dedicar às suas atividades profissionais.

Enquadrando-me neste último caso, havia me proposto a escrever sobre a complexidade da questão indígena e me preparava para a terceira crônica da série (com uma motivação extra por ter recebido e-mail com congratulações até de leitor de outro estado), quando se criou um factóide a respeito da tutoria da UFGD. E lá vou eu, metendo a minha colher, de pau, porque era angu quente.

Angu muito quente, diga-se de passagem, mas que já estava esfriando. De repente, não mais que de repente, como diria o nosso poeta maior, surge novo factóide, desta feita envolvendo o Hospital Universitário, mais precisamente a Diretora Geral do HU, acusada de ditadora. E lá vai o pobre cronista que vos escreve sentindo-se mais uma vez na obrigação moral de fazer mais um alerta às forças vivas de Dourados

Em primeiro lugar é necessário que estejamos atentos ao nível da acusação que pesa sobre a Diretora Geral: “ditadura”. Ora, convenhamos, isso lá é acusação? Não cuidemos, pois, disso, que é fato de somenos, mas sim do que está por trás disso.

Nesse sentido todo o cuidado é pouco, uma crise no HU será imediatamente vinculada à UFGD. Percebe o leitor? A UFGD já era para estar implantada, no entanto, não obstante todos os esforços e a remoção das inúmeras pedras do caminho, a cada passo, a cada avanço surge um novo factóide.

Indigno-me. Indigno-me pela falta de grandeza de espírito daqueles que não querem a UFGD e escamoteiam essa postura com ações subterrâneas, que se vestem com peles de cordeiros mais agem como lobos.

Quem conhece o HU sabe que lá existe um programa de acolhimento e de humanização do atendimento, quem conhece a história do HU sabe que somente uma pessoa firme, capaz e perseverante poderia dar conta da implantação daquela mega-estrutura. E, quem conhece a diretora do HU, a professora Dinaci Ranzi bem sabe que ela é uma pessoa ilibada, com capacidade técnica e política para estar à frente daquele hospital.

Portanto, não nos deixemos enganar. Agora que o HU deixou de ser o “postão” que diziam ser, agora que o HU se torna grande, eficiente e acolhedor, agora em que o HU se consolida como hospital público, a despeito da guerra que tivemos que mover para que não fosse privatizado, agora que poderá ser incorporado pela UFGD, procura-se colocar o HU no olho de um furação e o começo é a (des)construção da imagem da diretora geral que deveria, isso sim, ser elogiada pela coragem que teve, e que faltou a muitos.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

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