Perigos rondam as Universidades Públicas Brasileiras

De 2018 para cá as Universidades Públicas de nosso país estão sofrendo interferências externas expressivas. Quando me dizem que a Idade Média foi a Idade das Trevas lembro-me de que foi nessa época em que as Universidades foram criadas e desde então tornaram-se centros de grande efervescência de ideias e produção científica que contribuíram para mover o Mundo. As Universidades é que aconselhavam e repreendiam os governantes, não o contrário. Em 1975 ou 1976, em curso do programa de mestrado na USP me foi dada a oportunidade de estudar uma “Carta da Universidade de Paris ao Duque de Gloucester”. A dificuldade de superar o francês arcaico dessa carta foi largamente compensada pela compreensão da importância da Universidade já no século 14, advertindo o conde sobre o seu procedimento.

Guardiã do saber acumulado pela humanidade e também reprodutora desse saber, além de geradora de novos conhecimentos a Universidade passou a ter a sua autonomia protegida no mundo todo. A autonomia universitária constitui-se no motor gerador de debates, provocados pelo livre-pensar, que impulsiona novas descobertas, cria novos paradigmas. Sem autonomia a Universidade se transformaria em mera repassadora de conhecimentos, acarretando, por via de consequência, a estagnação do desenvolvimento sociocultural e econômico da sociedade.

Mas, o que está ocorrendo atualmente no Brasil parece ser exatamente isso: a tentativa de tirar da Universidade o seu poder criativo. Para os neoliberais reacionários do Brasil, não seriam necessários centros inovadores, bastaria que tivéssemos nas universidades professores contratados sem garantias de liberdade de cátedra, para repassarem em segunda mão o conhecimento produzido especialmente nos Estados Unidos.

As Universidades Públicas têm uma organização administrativa democrática saudável em todos os níveis. Os coordenadores de cursos são submissos a um Conselho, os diretores de Faculdades prestam contas aos seus respectivos Conselhos e os pró-reitores e reitores devem submeter-se também a Conselho Superiores. Significa dizer que a Universidade dispõe de meios próprios para resolver os seus conflitos e dar rumo aos seus projetos sem necessitar de interferência externa.

Se não necessita, por que estão havendo tantas interferências?

Em primeiro lugar devemos imputar culpabilidade ao regime neoliberal que, como é sabido, pretende entregar nas mãos da iniciativa privada tudo o que for do Estado. Decorrente da governança do Brasil estar nas mãos desses neoliberais, temos o aparelhamento do Estado e, por via de consequência, uma política de sucateamento das universidades.

É nesse contexto que, em Dourados, a UFGD encontra-se sob intervenção e, por isso, sangra. A Justiça tarda em resolver a questão da lista tríplice e a região padece pela falta de investimentos.

Para se ter uma ideia, não fora a política atual, já teríamos na UFGD dezoito mil alunos e não apenas oito mil. Novecentos professores ao invés de seiscentos. Além da abertura de novas vagas para funcionários técnicos e administrativos. O orçamento de nossa federal que significa um quarto do orçamento do município teria sido aumentado em 80 milhões e iria para em torno de 330 milhões.

Ora,se diante das provas apuradas, de que as eleições na UFGD para a reitoria foram limpas e democráticas, e para evitar o caos nessa jovem instituição, espera-se que a Justiça conclua rapidamente o julgamento da listra tríplice e mantenha a autonomia universitária, inclusive para evitar prejuízos ainda maiores, como por exemplo, a implantação do projeto “Future-se” do Ministério da Educação, já rejeitado pela maioria das Universidades brasileiras onde a democracia e a autonomia universitária ainda não foram profanadas.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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