Relação financeira entre a UFGD e Dourados

Tem uma corrente no governo de nosso país, incluindo o próprio Ministro da Educação, Abraham Weintraub, que, no ímpeto de uma política generalizada de privatizações, desqualifica as Universidades Públicas, procurando levá-las ao sucateamento e retirando do Estado a obrigação com o ensino superior, deixando essa missão para entidades particulares, inclusive norte-americanas.  Para esse grupo, as Universidades são antros de maconheiros e de esquerdistas que pregam a ideologia comunista.

Grande e deslavada mentira. As Universidades Públicas têm absoluta minoria de docentes com posicionamento de esquerda. Os concursos públicos não medem a ideologia, mas a capacidade técnica, por isso a Universidade é plural. Desafio qualquer agência de pesquisa a provar que estou equivocado e que a esquerda prevalece dentro das Universidades.

Por sua vez, a maioria da sociedade, inclusive a chamada classe média e a elite econômica, dão elevado valor às universidades públicas, pois não colocariam os seus filhos nos melhores cursinhos com o objetivo de conquistarem uma vaga nessas instituições se elas não fossem as melhores. Mas não vou falar sobre qualidade e sim abordar uma outra face da moeda: a importância de uma universidade [UFGD], sobre a economia de um município [Dourados].

Começo por lembrar que a UFGD nasceu de um sonho, sonhado coletivamente e que do sonho nasceu o projeto, do projeto a realidade em 2005, pelo desmembramento do CEUD/UFMS. Foram, 25 anos de persistência, uma conquista expressiva que não podemos perder.

Quando foi criada, a UFGD herdou do CEUD/UFMS, 12 cursos de graduação 3 programas de mestrado e um de doutorado. Atualmente, além das especializações, residências e extensões universitárias, a UFGD congrega 37 graduações presenciais, 4 a distância, 29 programas de mestrado e 11 de doutorado. O CEUD, quando transformado em UFGD tinha cerca de 100 docentes e 80 técnicos administrativos. Hoje a UFGD conta com mais de 600 docentes [85% doutores], perto mil técnicos administrativos e mais de 8 mil alunos, sem contar o HU que possui cerca de 1000 servidores.

Com esse quadro o orçamento da UFGD está estagnado 240 milhões redondos [mais 40 milhões para o HU]. Estagnado, porque a partir de 2016 não houve mais a expansão prevista para até o ano de 2020. Não houvesse essa ruptura deveríamos atingir, conforme consta no Plano de Desenvolvimento Institucional [PDI], 45 graduações. Significaria um acréscimo de cerca de 200 docentes e 330 técnicos administrativos aproximadamente. Quanto ao orçamento estaria na casa de 320 milhões, um acréscimo de 80 milhões, fora o HU.

Esse orçamento, seja em forma de salário, ampliação física ou para as despesas de consumo, evidentemente, é empregado na cidade. O orçamento da UFGD significa, portanto, um importante aporte do governo federal para a cidade de Dourados.

Isso tudo sem contar que a UFGD, tanto com os seus cursos na área da saúde, quanto pelo Hospital Universitário, contribuiu largamente para que Dourados se tornasse um polo importante de atendimento médico e hospitalar e atraísse para a cidade centenas de pessoas da região que buscam esses serviços.

E os estudantes? O cálculo é de que teríamos atualmente em torno de 18 mil estudantes na UFGD, ou seja, cerca de 10 mil a mais, significando, grosso modo, um investimento pelos alunos de 10 milhões por mês na cidade entre a estada e as despesas pessoais.

Na soma isso tudo representaria mais desenvolvimento regional, mais ciência, mais massa crítica e mais cultura. Representaria também mais moradias em benefício da construção civil e do comércio, mais empregos domésticos, mais circulação de bens no comércio, mais impostos.

Lamentavelmente, as circunstâncias impostas pelo atual governo e a intervenção na UFGD, estão trazendo enorme prejuízo em todos os níveis de atividade humana, para a cidade, região e para o próprio país.

Penso que as nossas autoridades políticas e a sociedade organizada de Dourados prestam atenção para esses dados, que são públicos. Defender, portanto, a expansão da UFGD e a sua autonomia significa também defender o desenvolvimento de Dourados e Região. E a defesa do fim da intervenção na reitoria, por sua vez, é fundamental para se espantar o fantasma da crise que está anunciada.

 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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