Em 1979, quando foi implantado o Estado de Mato Grosso do Sul, a Assembleia Legislativa exerceu também o papel de Constituinte, culminando com a promulgação da Constituição Estadual em 5 de outubro, sendo que, por proposta do então deputado Walter Carneiro, consta em seu Artigo 48 das Disposições Transitórias, a criação da UEMS com sede em Dourados.
Entre 1987-1991, o governador Marcelo Miranda, ao invés de UEMS, propôs a criação da UILA [Universidade de Integração Latino Americana] que teria sede no município de Dourados. Essa ideia proporcionou um grande debate e, como contraponto, professores do CEUD/UFMS, retomaram a defesa da criação da UFGD, cuja campanha havia sido iniciada a partir de 1980.
Na tarde de 18 de dezembro de 1983 o reitor da UFMS, Celso Pierezan, reuniu-se com professores do CEUD trazendo a proposta do governador Pedrosian, de criar a UEMS em terreno do CEUD/UFMS para que, posteriormente, com a união CEUD/UEMS fosse criada a UFGD. Houve concordância e então Pedrosian, em discurso proferido na noite daquele mesmo dia, em frente do Estádio Fred Saldivar, o Douradão, ao lançar a implantação da UEMS, fez o seguinte pronunciamento:
“Antevejo aqui, de forma absolutamente concreta, a futura Universidade Federal de Dourados (...). Hoje estamos construindo os edifícios de nossa Universidade no campus douradense da Universidade Federal. Não por qualquer outro motivo, que não a certeza de que, muito antes do que se possa supor, Dourados, como Santa Maria, Campina Grande ou Campo Grande, terá a sua Universidade Federal”.
Entre os anos de 1985/86, durante o governo de Wilson Barbosa Martins, grave crise abateu-se sobre a UEMS, havendo inclusive uma intervenção na administração da Universidade. Daí duas alternativas se apresentaram, a junção com o CEUD e, por via de consequência a criação da UFGD ou a resistência. Prevaleceu essa segunda opção. Professores, alunos, comunidade douradense, abraçaram literalmente a UEMS, criando assim uma identidade forte, um amor próprio insuperável e, como a Fênix, a UEMS superou dificuldades, renasceu.
Anos depois, já durante o governo Zeca do PT, tendo como reitora a professora Leocádia Aglaé Petri Lemes, a UEMS, além de sua autonomia didático-pedagógica e administrativa, conquistou também a sua autonomia financeira. A partir de 1997, descartou-se definitivamente a ideia de junção com o CEUD e criação da UFGD por esse mecanismo e, em substituição a esse projeto foi criado um outro: o Projeto “Cidade Universitária de Dourados”, prevendo a cooperação mútua entre as duas entidades. Foi um projeto muito bem-sucedido que contribuiu para a expansão das duas Universidades, sendo inclusive importante para a criação da futura UFGD [2005].
Findado o governo Zeca do PT, assumiu o governador André Puccinelli que aplicou dois golpes fulminantes na UEMS e, por via de consequência, em Dourados. O primeiro foi a retirada de sua autonomia financeira, o segundo foi a criação do Curso de Medicina no campus de Campo Grande, um absurdo, um desrespeito à segunda maior cidade do Estado, cujas lideranças políticas e da sociedade organizada, assistiram passivamente. Aliás, como também passivamente, salvo honrosas exceções [a exemplo da Câmara Municipal] assiste à intervenção na UFGD.
Mas o poder de resistência da UEMS não é único no mundo. Desde a criação das primeiras universidades durante a Idade Média, elas passam por períodos de dificuldades, quando governos autoritários e obtusos, temendo-as, tentam sufoca-las. Inútil, todavia, pois entremeio aos períodos de trevas a luz sempre vence.
Amanhã [26 de setembro], tomarão posse na ACED [estranhamente na ACED e não na sede da Universidade], o novo reitor, prof. Laércio Alves de Carvalho, e a vice-reitora, profa. Celi Corrêa Neres [gestão 2019-2023]. Enorme será a responsabilidade desses novos gestores. Atualmente são 15 campus, compreendendo 54 cursos presenciais de graduação e 3 de ensino à distância. Seis cursos de especialização, 14 programas de mestrado [7 acadêmicos e outros 7 profissionais] e dois de doutorado. Perto de 10 mil alunos.
Parabéns UEMS. Mato Grosso do Sul não seria o mesmo sem você. Força e discernimento à nova gestão para que a UEMS possa continuar contribuindo para com o desenvolvimento econômico e sócio cultural de nosso Estado.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.