A lembrança de uma tese sobre a derrocada do Império Romano fez-me puxar esse assunto comparando-o com os dias atuais. As causas da queda foram internas ou externas?
Dentre as dezenas de teses sobre a ruína do Império, uma delas foi escrita por Henry Pirenne, historiador belga que realizou numerosas pesquisas sobre a sociedade senhorial e debruçou-se principalmente sobre estudos socioeconômicos da Idade Média. Em uma de suas principais obras “Maomé e Carlos Magno”. Pirenne defendeu que o fim do Império Romano, início da Idade Média, deu-se a partir do momento em que os muçulmanos [daí Maomé] dominaram o mar Mediterrâneo, quando o rei era Carlos Magno.
Com as conquistas árabes, o Mundo Ocidental teria ficado imobilizado e os romanos, que orgulhosamente chamavam o Mediterrâneo de “Mare Nostrum”, teriam sido impedidos de realizar qualquer tipo de transação comercial externa. Só então o grande império teria se fragmentado em pequenos reinos. Tese interessante, mas questionável.
Em suma, Pirenne defendeu que a paralização do grande comércio é que levou à derrocada do Ocidente, especialmente a partir de 711, quando os árabes vindos de Ceuta, no Norte da África, invadiram a Península Ibérica.
Os historiadores, sempre atentos, buscaram entender melhor o porquê da queda do império e refutaram essa tese de Pirenne. O Império caiu pelas suas próprias contradições internas, que o levaram ao enfraquecimento e à impossibilidade de, inclusive, defender-se de inimigos externos, a exemplo dos bárbaros e, mais tarde, já fragmentado, dos árabes. Houvesse um mercado interno robusto, os ocidentais não dependeriam exclusivamente do Mediterrâneo para a sua sobrevivência.
Guardada a distância cronológica dos acontecimentos, a questão que proponho é se há algo que possa ser comparado à realidade atual. Não exatamente com o bloqueio de um mar, evidentemente, mas sobre a questão da produção e circulação das mercadorias.
Coisa complexa, embora a pergunta em si seja simples: quem, em última análise, salva um país: a economia interna ou a externa? Todos poderemos concordar que atualmente deve haver uma combinação entre as duas, mas radicalizemos: se tivermos que optar entre uma delas, qual escolher? Qual delas seria a salvação?
Particularmente escolheria o fortalecimento da economia interna, especialmente em se tratando de um país como o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes. São bocas para serem alimentadas, corpos que usam vestimentas, casas que necessitam dos mais diferentes produtos para consumo e manutenção. São estradas a serem conservadas, educação a ser dada, segurança a ser garantida. Fortalecido internamente o mercado daria ao campo, à indústria e ao setor de serviços, as condições para expandirem-se, para pagarem impostos e darem aos governantes o necessário para a garantia da soberania nacional.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
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