O papel das Universidades Públicas em Mato Grosso do Sul

Leio em “O Progresso” de quinta-feira passada que o deputado estadual George Takimoto reacendeu na Assembleia Legislativa o debate sobre a criação da Universidade Federal do Pantanal [UFPAN]. No encaminhamento Takimoto solicita que o senador Pedro Chaves, envide esforços para que o Ministro da Educação desmembre o campus de Corumbá da UFMS, criando a partir dele uma outra universidade federal em Mato Grosso do Sul.

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Atitude louvável. Desde 2005, quando foi criada a UFGD, com o desmembramento do CEUD da UFMS, algumas manifestações já haviam ocorrido em Corumbá para a criação da UFPAN. Mais tarde outros encaminhamentos foram feitos, especialmente em 2012 e 2013. Agora, com a iniciativa do deputado Takimoto a esperança se renova. Aliás, anima-nos não somente a criação da UFPAN, mas também a discussão de um projeto amplo de ampliação do ensino público universitário para o Mato Grosso do Sul.

O governador que administrar o Estado a partir de 2019 bem poderia elaborar um projeto ousado para o Estado. Aliás, em 2 de julho próximo passado, um grupo de professores reuniu-se com o candidato ao governo Humberto Amaducci, justamente para discutir o ensino superior em nosso estado. Na pauta, estava principalmente a revitalização da UEMS, com a retomada da autonomia financeira, praticada no governo Zeca e retirada no governo André. Coincidindo com a proposta de Takimoto, também se discutiu a possibilidade de o governo liderar ações para se criar a Universidade do Pantanal e também a Universidade Federal do Bolsão [cujo campus já possui inclusive o curso de Medicina]. Com isso Mato Grosso do Sul disporia de quatro universidades federais muito bem distribuídas pelo estado. Essas universidades se somariam a UEMS, que conta com nada menos do que quinze unidades distribuídas de Norte a Sul e de Leste a Oeste do Estado.

Precisamos ter consciência de que o papel das universidades públicas é fundamental para o desenvolvimento regional e nacional. Três são os seus pilares: a produção do conhecimento, o ensino, e a extensão do conhecimento produzido para a sociedade. A produção do conhecimento se dá pela pesquisa, sendo que 98% da produção científica brasileira é produzida nas universidades públicas. O ensino forma profissionais que atuam em suas respectivas áreas do saber, trazendo sempre com eles as inovações que aprenderam na universidade. A extensão universitária mantém atualizados os seus egressos e os habitantes da região interessados em projetos diversos.

Tomando-se por exemplo a Cidade Universitária e Dourados, que congrega a UFGD e a sede da UEMS, poderemos compreender o que significam as universidades. A princípio elas movimentaram a construção civil e o comércio de maneira intensa, depois atraíram profissionais altamente especializados em suas respectivas áreas do saber e, em seguida, passaram a formar esses profissionais. Penso na importância dos primeiros cursos de formação de professores para a região: onde estariam as nossas crianças se as Universidades não tivessem formado professores capazes? Que seria do agronegócio sem os cursos de Agronomia, Engenharia Agrícola, Alimentos e de Zootecnia? Que seria uma cidade sem eventos culturais? Sem os cursos de Ciências Sociais, Humanas e de Relações Internacionais? Qual a contribuição do curso de Educação Física? Qual a importância para a economia da região dos biólogos, químicos, físicos, administradores, contabilistas, economistas? Dourados seria um centro médico hospitalar sem os cursos de Nutrição, Enfermagem e Medicina? E as engenharias, qual o papel que desempenham na construção, na alimentação, na mecânica, na aquicultura, da computação? E os cursos de Direito, não contribuem por acaso para melhorar o nível de nossa justiça?

Pensar sobre essas coisas nos leva a admitir que elas se constituem em um alicerce firme para o desenvolvimento econômico, político e social da região.

Por fim, mas não menos importante, é lembrar que a ampliação e manutenção das universidades públicas depende da visão política dos partidos que assumem o poder da República e do Estado. Existem partidos que pregam a privatização do ensino universitário, defendem que estude em universidades apenas aqueles que tem dinheiro para pagar. Mentalidade neoliberal, oposta à dos que pensam o estado de bem-estar social.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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