Personagens no palco da vida

Não sei definir se a vida imita a arte ou é a arte que imita a vida, mas de um modo ou outro, somos todos personagens nesse palco ora mais limitado, ora maior, que é o mundo onde vivemos. Certo é que a maioria de nós somos atores coadjuvantes, com importância, é verdade, pois todos somos agentes da história, mas o protagonismo cabe a poucos e, ainda assim, quase sempre, esse protagonismo não é mais duradouro do que uma série de novela ou de um mandato, mesmo que em algum cargo importante.

O raciocínio é facilmente perceptível. Será que conseguiremos nos lembrar do nome de meia dúzia de vereadores de nossa cidade? De dez deputados estaduais? De doze deputados federais? E quais os nossos ministros? Nossos secretários estaduais? E os secretários municipais? Eles todos são atores que atuam com importância  relativamente grande, dentro de seus círculos, mas se nós, cidadãos comuns, temos dificuldades em nos lembrarmos deles, que dirá de atores mais antigos, protagonistas ou não? Por exemplo, quais foram os presidentes brasileiros durante a ditadura militar?

Nem a nossa memória individual e nem mesmo a memória coletiva, são capazes de perpetuar atores que não foram superimportantes; no caso brasileiro pós 1930 e até o final da ditadura militar em 1985, apenas dois são lembrados com certeza: Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek. Depois, quem? Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique? Talvez FHC, pela sua razoavelmente bem-sucedida política de implantar o neoliberalismo no no Brasil. E Lula, talvez muito melhor sucedido, pela implantação de uma polícia de bem-estar-social, de inclusão dos mais pobres.

Na atualidade, nesse dia-a-dia em que vivemos os atores protagonistas não passarão. Moro, Dallagnol, Fachin, Gilmar, são protagonistas de alguns pequenos cartier replica capítulos da novela da vida. Somente serão lembrados durante alguns anos se conseguirem combater a corrupção sem quebrarem o país. Aliás, se legarem ao Brasil um Berlusconi, a exemplo da operação “mãos limpas” da Itália, teremos um Bolsonaro, afundando-nos em um neonazismo, aliás, já sonhado por alguns ultradireitistas, ou analfabetos políticos, que colocam em seus carros adesivos aventando para essa possibilidade. 

Lula e Temer talvez se perpetuem. Por que?

Lula em 1989 prometia o socialismo, mas somente se elegeu quando administrou um pacto, implantando uma política de estado social, favorecendo os pobres, mas não retirando privilégios da plutocracia dominante. Os banqueiros, financistas e grandes conglomerados industriais continuaram ganhando, a Globo e outras mídias conservadoras continuaram dominantes, continuaram a defender o neoliberalismo, sem que houvesse uma regulamentação para a democratização das informações. De qualquer forma Lula se transformou em um líder mundial, cujos projetos foram incorporados em vários países, a exemplo do bolsa-família e da inclusão social, pela possibilidade de jovens de famílias pobres ingressarem em Universidades. Perseguido nos três últimos anos por representar um perigo ao capitalismo neoliberal, continua liderando pesquisas e expondo a crueldade de atores coadjuvantes que não desejam um mundo mais igual.

Temer, por sua vez, talvez se transforme também em um grande protagonista. È exemplo ímpar, em nosso país, de um vice-presidente que se deixou levar pela vaidade pessoal, tentando interromper o processo de governo social democrata para implantar no Brasil uma política neoliberal selvagem que, desde o início dos anos de 2000, já superada pelos seus principais incentivadores, a exemplo da Inglaterra, dos Estados Unidos e do Chile.   

Os caminhos que se apresentam ao Brasil me assustam. A Direita, defendendo que Temer conclua o seu mandato é insana, só o faz por absoluta falta de opções de dar continuidade ao esmagamento da classe trabalhadora.  Sua esperança já não é Aécio, Alkmin ou Dória, mas Bolsonaro. Significa dizer o renascimento do nazismo no Brasil.

Por outro lado, se Lula for eleito não será o “Lulinha paz e amor”, mas implementará no país uma política mais voltada para o social, o que significará uma elevação da pressão da luta de classes, que alguns desejam escamotear, mas que se avoluma em nosso país, como também em todo o mundo.

A luta de classes se manifesta, embora na França Macron queira provar o contrário.

Rolex Replica Watches Rolex Replica Cheap Breitling Replica Breitling Replica Watches

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br