Cen�rios p�s derrocada de Temer

O governo Temer acabou. Sua última tentativa de demonstrar força foi colocar o Exército nas ruas, mas os generais de quatro estrelas mostraram descontentamento, entendendo que ao Exército cabe missão mais nobre do que a de reprimir protestos. Lideranças da sociedade civil também julgaram que o Exército precisa ser preservado, inclusive o governador do Distrito Federal, a quem caberia pedir ao governo federal a intervenção, caso as suas forças policiais não dessem conta de manter a ordem. Temer recuou e, cada vez mais só, aguarda uma saída honrosa para deixar o governo, saída que está sendo buscada na tentativa de evitar uma convulsão social.

A situação é delicada. O povo brasileiro quer “Diretas Já”, a Constituição prevê eleição indireta. Para atender o clamor popular a Constituição precisaria ser mudada por meio de emenda constitucional, o que não é nada simples. Por sua vez a eleição indireta fica nas mãos do Congresso Nacional onde grande parte dos parlamentares está envolvida em situações embaraçosas.

Prevalecendo a tese da eleição indireta, quem se habilitaria? O senador Tasso Jereissati seria uma alternativa caso não tivesse substituído Aécio Neves na presidência do PSDB. Os presidentes da Câmara e do Senado também seriam candidatos caso não estivessem envolvidos em investigações. A presidente do Supremo Tribunal, Carmem Lúcia, antecipadamente manifestou o seu desejo de permanecer onde está. A cogitação de nomes que excluíssem parlamentares e conduzisse ao poder pessoas que satisfizessem a plutocracia brasileira e dessem continuidade às reformas, esbarra justamente na oposição que o povo brasileiro faz a essas reformas. Nesse caso Henrique Meirelles seria o sonho da elite, mas ele está marcado por encabeçar as reformas e também por ter trabalhado na JBS, por 40 milhões de reais anuais. Nelson Jobim corre por fora.

Procura-se por um presidente, mas está difícil encontrar. Colocar alguém comprometido com as reformas seria dar continuidade ao acirramento da luta de classes que se manifesta em nosso país. Entregar o governo para a esquerda e promover o (re)encontro entre governo e povo é hipótese descartada em uma eleição indireta.

Por seu turno, as eleições de 2018, ao invés de ser colocada como solução, põe-se como elemento complicador.

 

A Direita perdeu Aécio Neves que tinha tudo para concorrer com elevadas chances de vencer, perdeu também José Serra, envolvido com contas ilegais no exterior. Alckmin, o governador de São Paulo, precisaria desvencilhar-se das pesadas acusações de desvios da merenda escolar e das obras do metrô. A esperança em Dória, prefeito de São Paulo, como alternativa, esbarra no seu populismo e, como agravante, na sua desastrada intervenção na Cracolândia. Buscar um candidato entre o empresariado seria a solução, não fosse a lembrança do pato amarelo da Fiesp. A extrema direita tem Bolsonaro.

            De Centro-Direita, se é que isso existe, aparece Marina Silva, mas um tanto desgastada por posições ambíguas. Eduardo Campos, não fosse sua morte trágica, seria lembrado na conjuntura atual.

A Esquerda tem Lula, bem colocado nas pesquisas de intenção de votos, mas ele dá calafrios na elite. Se eleito, deixaria de ser o “lulinha paz e amor” e, ao invés dessas reformas propostas atualmente, tentaria resolver a crise imputando à plutocracia maiores compromissos fiscais e atacaria a questão da dívida pública, atingindo os rentistas. Por outro lado, a Globo tem consciência de que Lula teria atitude mais dura em relação a ela, ao contrário do que ocorreu em seus dois mandatos, e não descuidará na tentativa de descontruir a sua imagem. E, ainda, resta o Juiz Moro, incansável na sua busca de algo que incrimine Lula.

Ciro Gomes seria opção de centro-esquerda. Ele se colocou, desde a primeira hora, contrário ao governo Temer, não tem poupado críticas à Mídia conservadora e porta-se de maneira que faz lembrar Brizola. Seu sucesso, no entanto, está muito ligado à sina de Lula que, se impossibilitado de concorrer, poderá apoiá-lo.

A crise econômica é grave, a política gravíssima. Ainda não há luz no fundo do túnel, a não ser a de um trem em alta velocidade. Mas devemos continuar acreditando que um mundo melhor é possível. Particularmente penso que o povo tem o direito de decidir. A esperança nos conforta. 

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Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
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