Relação entre Estado e Previdência

Convido o leitor a considerar comigo a relação entre o Estado e a Previdência nesses tempos de reforma. Primeiro o futebol, tomando como exemplo o contrato de Gabriel de Jesus e o Manchester City, que o contratou por R$ 121 milhões. O menino encantou disputando apenas três partidas, mas eis que tem um dedo do pé quebrado. Três meses serão necessários para a sua recuperação e o Manchester pagará o seu salário integral sem ter apelação. No futebol é assim, o clube é o responsável pelo jogador. No caso do trabalho na loja, na fábrica ou no campo, se o empregador contratar um funcionário e ele depois de pouco tempo tiver que permanecer inativo, quem arcará com os seus salários será o Estado. Isso porque o Estado foi criado para harmonizar a convivência social uma vez que a sociedade está dividida em classes, cabendo a pergunta, qual é a mais importante?

Podemos ter três panerai replica watches panerai replica panerai fake watches cheap panerai fake cheap panerai replica cheap replica watchesrespostas, o empresariado; o trabalhador; e, ambos se completam. Uns dirão que é o empresariado, mas se o empregador tiver bilhões e bilhões, guardados em um cofre, ele produzirá algo? Quanto ao trabalhador já não consegue também produzir apenas com a sua força de trabalho porque foi expropriado de seus meios de produção desde o início da Era do capital. Dizer que ambos se completam pode ser verdadeiro se considerarmos o regime econômico ao qual somos submetidos, o capitalismo. Mas vamos aprofundar a questão: se uma dessas classes, dos empresários ou dos trabalhadores, fosse eliminada, qual delas teria melhores condições de fazer com que a economia e sociedade continuassem se organizando e dando continuidade à vida. A resposta é simples, o trabalhador. O dinheiro em si produz mais especulação e pobreza do que bens materiais. Para efeito cartier fake cheap cartier fake cheap replica watches cartier replicade raciocínio, se por um encanto a classe trabalhadora desaparecesse, a classe dominante deixaria de sê-lo e teria que trabalhar para conseguir sobreviver. A classe trabalhadora, por sua vez, acostumada ao trabalho continuaria trabalhando, mas conseguindo substituir a dominação do capital por novas formas de relações, como a transformação de todas as formas de gerenciamento em cooperativas: de crédito, de fábricas, de produção agrícola, enfim, todos seriam donos de tudo e todos trabalhariam por todos. Poderiam os trabalhadores encontrar ainda outras formas de manter a sociedade em funcionamento, mas, como disse, criou-se o Estado com o objetivo de mediar as relações entre o capital e o trabalho.

O Estado foi criando leis, boa parte para proteger o trabalhador da ganância dos patrões, mas os empregadores foram mais poderosos, conseguiram eleger muito mais legisladores que os trabalhadores e com isso as leis, via de regra, os favorece. Nesse sentido foi transferido para o Estado o pagamento da previdência aos trabalhadores, já que, ao contrário dos clubes de futebol, os empresários apenas se aproveitam do trabalhador enquanto ele tem forças para produzir. Então, em troca de uma contribuição ao Estado, a classe dominante passa-lhe a missão de proteger o trabalhador quando ele quebra o dedo ou quando a idade já não lhe permite produzir. Pior, divide essa contribuição com o próprio trabalhador que também coopera para a sua aposentadoria.

Dirão alguns que isso é justo porque o trabalhador sustentou a sua família graças ao empresariado. Dirão outros que o empresariado explorara os trabalhadores enriquecendo cada vez mais, sem se importarem em produzir pobreza quando seu negócio não lhes proporciona mais e mais lucros.

Nesse jogo o governo neoliberal pende para o lado da classe dominante, alegando que as contribuições que recebe não são suficientes para arcar com as despesas da previdência (o que é contestado), então joga todo o peso da reforma previdenciária nas costas do trabalhador, que deverá aumentar ainda mais o tempo de serviço para gozar um pouco de todo o esforço que fez durante a sua vida, trabalhando para o enriquecimento de uma classe e para a sustentação do país. Não seria mais justo aumentar um pouco mais a contribuição da classe dominante, que usufrui do trabalho, para que o governo aumentasse a sua arrecadação e pudesse dar um pouco de conforto a quem tanto trabalhou? Não seria melhor pagar menos juros aos rentistas e amenizar o peso das costas dos trabalhadores? 

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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