Conto-lhes essas intimidades porque Helena e eu estamos completando (11/12/2016) 40 anos de convivência matrimonial. Não creio que teremos a felicidade de completar os 60, com saúde, da mesma forma que os meus ancestrais, mas, convenhamos, nesses tempos de “casa e separa”, não deixa de ser compreensível que para chegarmos até aqui, tivemos extremado zelo um pelo outro. Claro que tudo começa com o amor, esse fogo que arde sem se ver, e que nos deixa querer estar preso por vontade, como disse Camões. O amor, que às vezes nos pega como um sopro de uma brisa inesperada, se é correspondido, faz uma laçada que envolve dois seres. Mas o laço inicial pode ser frágil, o amor é sentimento que se constrói a cada dia de modo que o laço não se arrebente, não se solte.
Construir o amor é ver no outro a paz, serenidade, segurança na convivência diária, é respeito mútuo, é um sussurro em elogio até mesmo às pequenas coisas. Construir o amor é ter sonhos, mesmo que pequenos sonhos. Construir o amor é saber ouvir. É transferir para os filhos o mesmo carinho que os pais se dispensam, educá-los, oferecer-lhes as oportunidades para que possam um dia soltarem-se de nossas mãos e caminharem por si, sabendo ler o mundo, responsabilizando-se por seus atos e procurando também amar intensamente aquilo que optaram em fazer, seja no casamento, no trabalho ou nos momentos de diversões.
O amor se constrói nos momentos felizes, na sexualidade, no carinho, nas reuniões familiares ou com amigos, ou mesmo em um passeio pela praia ou pelo campo. Mas também o amor é construído nos momentos de dificuldades financeiras, no apoio ao companheiro(a) que passa por uma doença, logo, o amor é construído também na dor. Na dor que uma hora acaba e desperta ainda mais o bem querer, a gratidão que alimenta o amor como o adubo alimenta a planta.
Talvez eu esteja me tornando um velho conservador, louvando o amor, o companheirismo, a família, justamente em uma época em que as pessoas são capazes de viajar horas em um metrô sem pronunciar uma única palavra à companhia ao lado, justamente em um tempo em que as pessoas se cruzam nas ruas e se olham simplesmente porque não é possível não olhar, mas não se enxergam. Talvez esteja me tornando mesmo um homem ultrapassado nesse reluzente século 21 quando para muitos basta a balada o copo, um ou dois olhares e um motel.
Bem, o tempo passa, a humanidade evolui, os conceitos mudam, é provável que se possa ser feliz sozinho(a), mas não quero crer jamais na morte do amor.
Enfim, sinto-me feliz em compartilhar com amigos e parentes a alegria de poder brindar a passagem de nossos quarenta anos de casados e ainda olhar para o futuro e sonhar, tendo a convicção de que que ainda temos muito a construir, não só para a nossa própria família, mas contribuir com teorias e ações práticas na esperança de finalizarmos nossas vidas em uma sociedade mais justa, mais fraterna e, principalmente, mais igual.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.