Dourados sonhando com novos rumos

 

Transcorrida uma semana das eleições de Dourados há um clima de expectativa muito grande em relação ao futuro da cidade e da região.

Os cinco candidatos à prefeitura tinham perfis diferentes, dos vereadores nem se fala, portanto vejamos o que poderíamos apreciar dos prefeitáveis e ao menos de dois ou três vereadores.

Vanderlei Carneira e o professor Ênio entraram na disputa para contribuir para o fortalecimento de seus respectivos partidos. Ambos pouco conhecidos do eleitorado em geral e com minguados recursos financeiros, prestaram as suas respectivas contribuições à democracia.

Renato Câmara, que fora prefeito de Ivinhema, criticado por muitos, elogiado pela maioria, deixou o seu legado político para a sua abastada família e procurou alçar voos mais altos transferindo a sua residência eleitoral para Dourados. Sua candidatura foi muito mais com o intuito de se tornar conhecido para o futuro e disputar para valer nas eleições de 2018. Talvez pudéssemos até mesmo cogitar que, aliada a essa pretensão futura, haveria a disposição do PMDB douradense em colocar uma pedra no caminho do candidato Geraldo que havia abandonado o partido por ter visto maiores chances para a sua candidatura aliando-se ao governador Reinado Azambuja. Renato Câmara realizou ainda uma coligação equivocada com o PT e que teve ônus para ambos os partidos.

Geraldo Resende, o mais ambicioso dentre os candidatos, trabalhou grande parte de sua vida para realizar o sonho de ser prefeito de sua cidade, cidade onde foi entregador de jornal, engraxate e empreendeu uma luta digna para superar a sua pobreza e conquistar o diploma de médico na terra de Ciro Gomes, de quem tornou-se amigo. Seu erro consiste em contar a sua história, mas sem assumir a sua origem. Feito médico, vereador, secretário de saúde graças ao governador Zeca do PT, a partir daí alçou voos mais altos sendo eleito deputado por três mandados. Paralelamente à sua ascensão, somatizou arrogância, megalomania, autoritarismo semelhante à propaganda nazifacista, atribuindo para si todas as realizações feitas em Dourados, inclusive a UFGD. Aliás em relação à UFGD imiscuiu-se nas eleições para a reitoria, prestando concurso para o HU, hospital contra o qual moveu seis processos no início de sua instalação. E, pior, ingressou no curso de Direito da UFGD usando as cotas, porque estudou em escola pública, ou seja, um médico, deputado federal tirando a vaga de um aluno que realmente necessitaria das cotas. Além disso, não obstante o volume financeiro empregado em sua campanha, não obteve sucesso.

Délia Razuk, vereadora por 2 mandatos foi, juntamente com Dirceu Longhi e Elias Ishi, insuspeita de quaisquer atos de corrupção durante o mandato de Ari Artuzi. É uma vereadora popular, o que é altamente positivo para uma administração pública, espera-se que não corra o risco de cair no populismo, ou seja, exatamente a deturpação do governo popular. Foi prefeita de Dourados durante 4 meses na época da vacância do cargo de Ari Artuzi. Interessante notar a inclinação do eleitorado para votar em mulheres, fenômeno que ocorre em âmbito mundial, apesar de que a maioria das mulheres ainda reluta em candidatar-se.

Otimista inveterado que sou, torceria para um bom mandato de qualquer candidato que tivesse sido eleito, porque em primeiro lugar devemos torcer pela nossa cidade, no entanto não nego a minha preferência pela eleição de Délia Razuk, esperando dela uma administração profícua em todos os setores, mas confiando principalmente na atenção que dará à cultura e sonhando com a possibilidade da restauração do projeto Dourados Cidade Educadora.

Quanto à constituição da Câmara, poucas surpresas. Ideologicamente nada mudou, o que provocou uma certa novidade foi a candidatura e a eleição de Marçal Filho e Braz Mello. Provavelmente inspiraram-se em Zeca do PT.

Surpreendente foi a votação expressiva de Elias Ishy, prova da eficiência de seu trabalho e do equívoco do PT em não lançar candidatura própria. Se o fizesse, com certeza Elias não seria o único representante petista na Câmara.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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