Pilatos lavou as mãos, mas não se conformou

Verdade, Pilatos lavou as mãos, mas não se conformou em soltar o ladrão Barrabás e condenar Cristo.

Alguém do agronegócio reclamava que no tempo de FHC, a cada dois anos, comprava um sítio de 2,5 milhões e que fora prejudicado por Lula devido à cotação do dólar. Argumentei que o dólar baixo foi sustentado no início do plano real, numa correspondência de 1 por 1. Mas não adianta argumentar com quem já tem opinião formada pela Globo e resiste em admitir quaisquer mudanças em seu modo de pensar.

Sem convencer o cidadão, procurei satisfazer a minha própria curiosidade comparando os períodos de governo FHC e Lula/Dilma. Pesquisa pouco profunda, é verdade, usando apenas o Google e nem sempre obtendo resultados para o ano atual.

Comecei pelos juros, que atingiram 25% no fim do governo FHC contra 14,25% no final de 2015. Passei pela inflação: 12,5% em 2002 e 10,67% em 2015. No final do governo FHC, o salário mínimo correspondia a U$ 56,50 e atualmente corresponde a U$ 253,00. A eletrificação rural beneficiou 2700 pessoas no governo FHC e 3 milhões no governo Lula/Dilma.

Quanto à produção agrícola, o Brasil deu um salto de 97 bilhões de toneladas em 2002 para 188 bilhões em 2013, o que contribuiu em larga escala para que nosso país pulasse da 13ª posição para a 7ª posição na economia mundial.

A dívida externa brasileira no final do governo FHC era de 212 bilhões de dólares, significa dizer que o país estava à mercê de especulações financeiras. Durante o governo FHC, o Brasil quebrou 3 vezes e, não obstante ter arrecadado 100 bilhões com a “privataria tucana”, o governo teve ainda que buscar auxílio emergencial junto ao Fundo Monetário Internacional. Nossas reservas internacionais em 2002 eram de 38 bilhões, contando um empréstimo de 40 bilhões do FMI, ou seja, apesar do empréstimo, continuávamos negativados.

No governo Lula, a dívida externa zerou, deixamos de ser dependentes dos organismos internacionais comandados pelos Estados Unidos, a exemplo do FMI e Banco Mundial. Nossas divisas internacionais hoje atingem a casa dos 375 bilhões de dólares, o que nos faz fortes para enfrentarmos a crise econômica e política pelas quais passamos, sem a perspectiva de um ataque especulativo.

Coisa muito falada nos pronunciamentos burlescos dos deputados pró impeachment foi o crescente desemprego que atinge o Brasil. Pois vejam, em 2002, no final do governo de FHC, o desemprego no Brasil batia na casa dos 12,6% e hoje, com toda a crise, estamos na faixa dos 10%.

O BNDS aplicou 8,3 bilhões no governo FHC contra 14,99 bilhões no governo Lula para o financiamento de pequenas e médias empresas.

No quesito geração de energia, não se pode esquecer o apagão de FHC e o aumento de mais de 95 milhões de KW de potência, o que significa dizer que, mesmo com o crescimento brasileiro no concerto das nações, mesmo passando de 13ª para 7ª potência mundial, como já disse, o Brasil produziu energia suficiente para sustentar o seu crescimento.

O PIB – produto interno bruto – em 2002 era de 1,48 trilhões de reais, passando para 4,84 trilhões no governo Lula/Dilma. O PIB per capita, de 7,6 mil reais, passou para 11,5 mil em 2015, após atingir um ápice de 24,1 mil em 2013.

Um tema que tem motivado o “fora Dilma”, “fora PT” é a corrupção, mas se pegarmos o mensalão do PSDB, a Lista de Furnas de Aécio e CIA, o Mensalão petista, o Trensalão e o Merendão tucano, sem contar o Petrolão que envolve de A a Z, teríamos que botar pelo menos uns 600 corruptos na cadeia. 

A verdade é que nunca houve no Brasil tanta liberdade para investigações. Só para exemplificar, nos oito anos de FHC foram realizadas apenas 48 operações da PF, enquanto nos governos Lula/Dilma foram 1273.

Alguns avanços no governo Lula/Dilma não têm comparação: 19 novas universidades, Prouni, Pronatec, ENEM, mais médicos, sistema de quotas, minha casa minha vida, bolsas escola, família, permanência dos pobres nas universidades, diminuição da mortalidade infantil e da pobreza, UPAs, SAMU etc.

Não obstante, sem divinizá-la, Dilma é a vítima. Mulher honesta, guerreira, torturada fisicamente na ditadura e agora também pelos homens que votaram sim pelos seus filhos e esposas.  Se concretizado um golpe dessa natureza, Barrabás será novamente inocentado e escreveremos em nossa história uma vergonhosa trama.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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