A mídia liberal e seus ataques organizados

Tive a oportunidade de aprender e ensinar, o processo político brasileiro, desde o “descobrimento” até os dias atuais e nunca me defrontei com uma campanha midiática tão exacerbada contra um partido e um governo.

Após a independência foram organizados dois grandes partidos políticos: o Liberal (Luzias) e o Conservador (Saquaremas). Sobre eles disse Holanda Cavalcanti “Nada se assemelha mais a um “saquarema” do que um “luzia” no poder”, logo, não se pode dizer que houve perseguição a esses partidos. A oposição jornalística ao Império tinha como destaque o jornal “A Federação” do Rio Grande do Sul e o Aurora Fluminense, fundado por Evaristo da Veiga, que divulgavam ideias republicanas.

Com a República, de 1889 até 1930, existiram no Brasil em torno de vinte partidos políticos, a maioria de caráter regionalista, a exemplo do Partido Republicano Paulista, e do Partido Democrático do Rio de Janeiro. Não consta a existência, nesse período, de jornais incisivamente contrários aos governos do período.

Em 1930 Washington Luís foi deposto e Getúlio Vargas assumiu. Em 1937 estabeleceu o Estado Novo, um regime ditatorial que se prolongou até 1945. Nesse período o governo Vargas provocou intensa perseguição ao Partido Comunista que viveu na clandestinidade. Mais tarde, em 1965, o Partido foi extinto pela ditadura, renascendo em 1985.

Em 1951 Getúlio voltou à presidência, dessa feita eleito democraticamente. Foi quando aconteceu a primeira grande ofensiva da imprensa conservadora contra um presidente eleito. Globo, Estadão, Folha e Carlos Lacerda, por intermédio da Tribuna da Imprensa, empenhavam-se em formar opinião pública contraria a Getúlio.

Samuel Wainer com o incentivo de Getúlio criou o jornal Última Hora, que se encarregava da defesa do governo, mas não era tão poderoso quanto os demais, que contavam com o apoio de militares e civis que conspiravam para a derrubada do governo. Um atentado a Carlos Lacerda foi a gota d’água, o golpe parecia iminente, todavia, dezenove dias após esse atentado, Getúlio desfere um tiro no peito e deixa uma carta comovente. O povo saiu às ruas, os golpistas recuaram e a tomada de poder foi adiada em dez anos.

Em 1961 nova tentativa de golpe quando da renúncia do presidente Jânio Quadros, seu vice, João Goulart, estava na China e os golpistas desejavam prendê-lo quando chegasse. Leonel Brizola transferiu os transmissores da Rádio Guaíba para os porões do Palácio do Governo e, a partir daí, organizou a Rede da Legalidade, com 104 emissoras do Brasil e do exterior. Mais uma vez o golpe foi adiado.

Em 1964, Globo, Estadão, Folha entre outros deram total apoio ao golpe militar que implantou a ditadura mais cruel que o país experimentou. A opinião pública formada por esses órgãos de imprensa levou milhares de pessoas às ruas para aplaudir a deposição de João Goulart. A Rádio Mayrink Veiga, que defendia a legalidade, foi fechada.

Com a queda do regime ditatorial em 1985, iniciamos a redemocratização do país que permanece até hoje. Em 2003, pela primeira vez na história, assumiu a presidência um operário de esquerda que governou oito anos e conseguiu eleger uma mulher, sua sucessora que, por sua vez, cumpre o seu segundo mandato.

Inconformada a direita brasileira tem lançado mão da mídia conservadora para tentar fazer a opinião pública tornar-se favorável a um golpe. As boas notícias não são veiculadas e todo dia há algo de novo objetivando desconstruir o governo Dilma e, temendo a volta de Lula em 2018, ataca-o por todos os flancos. Lado a lado com essa mídia, parte da PF e o juiz Moro praticam uma espécie de terrorismo com luvas de pelica, um terrorismo psicológico, que fez com que mais de cinquenta delatores falassem o que eles queriam ouvir e escondessem o que não queriam.

O golpe está preparado, nunca se viu na história do Brasil um partido, uma presidente e um ex-presidente serem tão perseguidos. Mas nada de concreto se prova. O povo que só vê a Globo forma uma opinião distorcida, no entanto a blogosfera se encarrega de transmitir o que o PIG esconde. Até Élio Gaspari já advertiu que Numa noite, vários presos entraram na cela onde eles (da lava a jato) estavam, urinaram, defecaram e foram-se embora. Dias depois, os prisioneiros se ofereceram para colaborar com a Justiça

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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