Ideologia e partidos políticos

Simplificando o conceito de ideologia poderíamos dizer que é um conjunto de ideias que dá sustentação a determinas práticas políticas, sociais e econômicas. Alguns exemplos: a ideologia democrática, surgida na Grécia Antiga, a ideologia fascista na Alemanha e Itália, a comunista na Rússia e a capitalista formulada a partir das Grandes Navegações.

É insustentável afirmar que as ideologias já não existem. As ideias fascistas, por exemplo, perduram em grupos que desejam um governo autoritário, ao contrário da ideologia anarquista que não quer saber de governantes. Quer dizer, aqueles que apregoam o fim das ideologias, na verdade estão escamoteando uma verdade, valendo-se dessa camuflagem para sustentar a dominação de uma classe social sobre outra. Ou o capitalismo e comunismo não defendem um conjunto de ideias que dão sustentação a esses regimes?

Quem concorda com a meritocracia, a concorrência, o lucro, é uma pessoa de direita que defende a ideologia capitalista, mesmo não conseguindo entende-la. Quem defende uma sociedade mais justa, mais igual, é de esquerda.

Cada ideologia deveria caber dentro de um partido político, para que o eleitor soubesse exatamente em quem estaria votando, no entanto no Brasil existe uma estratégia para que pessoas de direita se infiltrem em partidos de esquerda, desfigurando-os. Essa ardilosa manobra foi usada para desfigurar o PDT, PSB e o PT. Com essa estratégia, com a desfiguração dos partidos de esquerda, a direita conta com membros em seus próprios partidos, a exemplo do DEM e PSDB e políticos que defendem as ideias desses partidos, mas que estão disfarçados em socialistas. Essa estratégia não é feita pela esquerda, ela não se infiltra nos partidos de direita. Isso dá consistência ao capitalismo pois a esquerda não consegue o poder de fato, embora possa fazer prefeitos, governadores e até mesmo presidentes, como Dilma e Lula.

Nesse sentido inferimos que os partidos de direita são mais puros em termos ideológicos que os partidos de esquerda. Tomemos como exemplo o PSDB e vejamos como esse partido age de modo igual ou parecidíssimo nos estados onde governa.

Em Goiás, a secretária de educação do governo Marconi Perillo (PSDB) vai contratar a partir de 2016 firmas especializadas em gestão para administrar as escolas goianas. Essas empresas além de gerir as escolas terão o direito de contratar os professores temporários, num total de 30% do professorado daquele estado. Trata-se de privatização da educação.

Em São Paulo o governo Alkimin (PSDB) tentou implantar um modelo de ensino que superlota as salas de aula e fecha escolas. Ora, cada vez mais precisamos diminuir os alunos dentro de salas de aula para oferecermos ensino de qualidade, como na maioria dos países europeus, que têm 10 alunos por sala. O governo paulista, ao propor uma ideia que rebaixa ainda mais a qualidade de ensino, busca reduzir os pobres à sua pobreza e beneficiar os ricos, que podem pagar ensino particular.

No Paraná, Richa (PSDB) praticou ato de extremada violência contra professores, que poderia lhe custar o mandato, não fosse ele do partido que parece está imune a quaisquer sanções judiciais. Bater em professor de escola pública é desestimular a carreira e rebaixar o nível de ensino.

Em nosso Estado o governador Azambuja (PSDB) procura acabar com a cedência de professores para as escolas da APAE e Pestalozzi. Ao invés de professores concursados quer repassar dinheiro para essas instituições de modo que elas contratem seus docentes. Ora, isso também é privatização, pois faz parte da ideologia do PSDB privatizar.

Não foi por acaso que nos oito anos do governo FHC (PSDB) houve a maior, mais inescrupulosa e mais corrupta privatização de empresas brasileiras que eram, inclusive, lucrativas. Essa ideologia de direita alega que o estado deve ser mínimo, justamente para dar atenção à saúde e educação.

Que atenção está sendo dada à educação nos estados governados pelo PSDB? A ideologia de direita defende os ricos e os pobres que se virem.  Essa é a verdade nua e crua e a razão do golpe que está querendo dar.

Anima-me a reação dos alunos paulistas que mesmo espancados pela polícia tucana resistem, com apoio de professores, pais e artistas que resolveram participar.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

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Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

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