O PT tem que ser extinto, ou (re)erguer-se?

 

A extinção do PT é defendida com veemência pela revista Veja, na verdade um folhetim de propaganda da extrema direita brasileira, na mesma linha da Isto é, Época, Globo e outros órgãos de comunicação menos ostensivos, mas defensores do neoliberalismo, como o Estadão e a Folha de São Paulo.

A pergunta que deveria ser feita por uma mídia responsável deveria ser: “ O PT deve ser extinto ou (re)erguer-se?

Extinto? Então devido ao mensalão? Por causa da Operação Lava Jato, que investigou os desvios na Petrobras?

Nada disso, pasme o leitor. Se fosse para extinguir judicialmente os partidos políticos brasileiros por corrupção, poucos restariam, se é que restaria algum. O que verdadeiramente existe é um monumental jogo de interesses nacionais e internacionais que geraram várias operações, em alguns casos aliando juízes (Joaquim Barbosa e Moro, por exemplo) à Mídia golpista, numa campanha massiva contra o PT, influenciando até mesmo o povo que se beneficiou das políticas públicas desenvolvidas pelo partido.

Não conheço na história dos partidos políticos brasileiros, desde o Império, com o Partido Liberal (Luzias) e o Conservador (Saquaremas), até os dias atuais, um partido que tenha sido tão execrado.

Dirão alguns que a execração é merecida pois nunca também houve um partido tão corrupto. Mas isso não é verdade, embora não se possa negar o desvio de conduta

de alguns, que devem pagar por isso. O PSDB, principal detonador do PT tem membros mais corruptos que os petistas presos, no entanto, até o momento, nenhum tucano gordo foi preso pelo trensalão, pela compra da (re)eleição, pela lisa de furnas ou pelos escândalos das privatizações. E tem também os empresários que mereciam estar atrás das grades, mas ocorre, por exemplo, que o juiz Ricardo Leite, da 10ª vara criminal de Brasília, negou todos os pedidos de prisão feitos pelos investigadores da Operação Zelotes, que já descobriu pelo menos o dobro da corrupção praticada na Petrobras.

Joaquim Barbosa e Moro, mandaram prender quem estivesse ligado ao PT, mas o juiz Ricardo Leite não autorizou uma prisão sequer, talvez porque os envolvidos na Zelotes sejam muito poderosos (os bancos Santander, Safra e Bradesco; as montadoras Ford e Mitsubishi; as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Júlio e Mundial-Eberle; além da RBS (afiliada da Globo) e da Gerdau).

Voltemos ao monumental jogo de interesses acima citado. Em 1964 a desculpa para o golpe era a possibilidade de o Brasil pender para o Bloco Soviético e transformar-se em um país comunista. Agora, nesses 12 para 13 anos de governo petista, a questão do comunismo ainda aflora, mas com pouca intensidade, o que está em jogo não é nenhuma questão ideológica, mas econômica. O golpe branco agora é tentado em virtude do rompimento da dependência do Brasil em relação aos Estados Unidos e a sua indiscutível aproximação com os BRICs, o que nos transforma em potência concorrente e não submissa aos interesses norte-americanos. A esquerda tem dificuldades em se unir, ao contrário da direita. O PSDB, criado de uma cisão com o PMDB e nascido para ser um partido social democrata, transformou-se em neoliberal, pulou para a direita com maior fervor que o próprio DEM. Quanto ao PMDB, aliado por conveniência ao PT é volúvel e está sempre pronto a defender aos ricos banqueiros e empresários.  Em caso contrário jamais aprovaria a terceirização.

Existem ainda alguns mistérios a serem desvendados, por exemplo, uma carta de intenções assinada pelo então governador de Minas, Aécio Neves, em Londres, em 16 de maio de 2004, quando, segundo o jornalista Marco Aurélio Carone, George Bush, afirmou “Este será o próximo presidente do Brasil”

Chegamos a um ponto extremo: os aproveitadores peemedebistas capitaneados pelo presidente Cunha estão desmontando a Consolidação das Leis Trabalhistas, procurando passar para o Congresso, de maioria conservadora, a demarcação das terras indígenas e a Mídia neoliberal continua demonizando o PT. Mas com a Petrobras salvaguardada após o balanço e com os maus exemplos que a direita está dando, é hora de reação. O Partido dos Trabalhadores faz bem ao Brasil, portanto precisa lamber as suas feridas e buscar na sua gloriosa história de lutas por um país mais justo, a força para o seu soerguimento. 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

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