Adeus Ano Velho: sapos que viraram príncipes

 

Agradecido ao O PROGRESSO pelo espaço onde manifesto com liberdade as minhas opiniões, encerro o ano falando de alguns sapos que viraram príncipes.

No futebol, os inesquecíveis 7 a 1, sofridos pelo Brasil, contra a Alemanha, uma das grandes decepções. A queda no nível do futebol brasileiro levou-nos para a segunda divisão do futebol mundial. Em contrapartida, a Copa, em si, foi um dos sapos que virou príncipe. Sem dúvida, a Copa das Copas, com arenas equiparáveis aos melhores do mundo e com um número fantástico de turistas, principalmente da América do Sul, que descobriram os encantos de nosso país. E o Palmeiras, que quase caiu, mas inaugurou uma das mais belas arenas do mundo?

Polícia: nossas cadeias e penitenciárias são indignas e não são raras as denúncias de tortura. Em compensação, avançamos com a Comissão da Verdade, que desvelou algumas das monstruosidades praticadas pela Ditatura Militar. Nossa polícia, regra geral, é mal preparada e mal remunerada, mas pelo menos está começando a desmontar esquemas de corrupção como nunca dantes.

Nossa Justiça é lenta, equivoca-se em julgamentos, tem os seus Lalaus, mas pelo menos empossou a presidente Dilma, legitimamente eleita, evitando o golpe que o PSDB e a Mídia comprometida com a direita radical pretenderam dar.

A Petrobrás sofreu o maior ataque que uma empresa, em qualquer parte do mundo, poderia ter sofrido. Fizeram com que ficasse a impressão de que a empresa não presta, tentando “matar a vaca” devido aos “carrapatos” que nela se grudaram. O capital financeiro se locupleta com a volatilidade das ações. Uma limpeza na Petrobrás está sendo feita, mas há que se fazer justiça em relação ao mensalão tucano, o escândalo do metrô paulista, a venda da Vale, o aeroporto do Aécio, a lista de 157 políticos tucanos e aliados envolvidos no escândalo de Furnas, as denúncias da Dallas Airmotive sobre propinas para a FAB e para o ex-governador do PSDB de Rondônia. Enfim, se não houver apadrinhamentos, haveremos de ter orgulho de viver em um país mais sério. E a Petrobrás, se hoje é sapo, voltará a ser príncipe. Primeira mostra, o petróleo despencou de US$ 110 para 60, o barril. Como a Petrobrás ainda importa, vai melhorar o seu superávit e, assim que estiver livre de seus “carrapatos”, haverá de se recuperar rapidamente. Em tempo: a Petrobrás tem os melhores engenheiros e técnicos do mundo, além do pré-sal, que vai alavancar a Educação e a Saúde.

Infraestrutura: Na campanha eleitoral, a transposição do São Francisco, a Refinaria Abreu de Lima e o Porto de Mariel eram sapos, hoje são príncipes. O sertão vai virar mar, sim, um mar verde de vinhedos, hortas e pomares. O Porto, com o fim do bloqueio norte-americano sobre Cuba, abrirá para o Brasil uma porta sem tamanho para o nosso comércio internacional. E a refinaria Abreu de Lima, a primeira com tecnologia nacional, vai produzir óleo diesel.

A fome: É triste saber que em um mundo onde se desperdiça tanta comida, haja ainda fome. No Brasil são 7 milhões de pessoas que não se alimentam suficientemente. A esperança, no entanto, é que essa miséria seja reduzida, pois os avanços nesse sentido nos últimos anos são significativos: em 2004 esse número era de 14 milhões.

A política foi um Deus nos acuda. Aécio transformou o PSDB na antiga UDN e reencarnou Carlos Lacerda. Este para derrubar Getúlio, Aécio para derrubar Dilma. Lacerda tinha ao seu lado alguns militares golpistas e a Tribuna da Imprensa. Aécio tem FHC e Serra, Globo, Folha, Veja, etc. O lado bom é que os militares estão fora e as manifestações de julho de 2013 não foram especificamente contra Dilma, mas sim contra todo um estado de coisas que ainda precisam ser vistos, especialmente a reforma política.

Obedeço rigorosamente o espaço de uma crônica, senão poderia ver outros sapos transformados em príncipes. Mas dá ainda para falar na inacreditável derrota do senador Delcídio na disputa para o governo do Estado. Tinha tudo para vencer, mas não contava com os volumosos recursos de seu adversário e nem com as insinuações de que fazia parte do esquema de desvios da Petrobrás. Torço para o Mato Grosso do Sul, por via de consequência, desejo que o governador Azambuja faça um bom governo e que, de príncipe, não vire sapo.

 

                                                         Feliz Ano Novo

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

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2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

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MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

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Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

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[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

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Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

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