O discurso de que Dourados é uma cidade moderna prosseguiu através dos anos. O Arquivo Público Municipal que existia em 1974, gestão de Totó Câmara, reduziu-se a um amontoado de documentos que na gestão Tetila estava depositado no segundo piso da estação rodoviária. Oito anos de mandato e não conseguimos sucesso em sua organicidade. A Usina Velha lá está, cantada em versos e prosa sem que consigamos restaurá-la ou preservar as suas ruínas.
Na administração Zé Elias foi criado o Museu Histórico de Dourados e foram realizadas dezenas de entrevistas com pioneiros, gravadas na Rádio Clube de Dourados. Cadê o museu? E as entrevistas? O prédio onde o museu funcionava era alugado, vencido o aluguel acabou o museu.
Na administração Tetila, o museu foi recuperado e colocado em prédio próprio para evitar-se a repetição da história. A ideia inicial era transformar todo o casarão da rua João Rosa Goes em museu, mas a carência fez com que o prédio fosse dividido entre o museu e a Secretaria de Assistência Social.
Atualmente circula a notícia de que o Museu Histórico de Dourados mudará de endereço. Alegação: a estrutura do prédio é precária, precisa de reformas urgentes. Quem sou eu para desmentir engenheiros e jornalistas, mas os prédios da Biblioteca das Ciências Humanas da USP e da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro já estiveram em situação precária e foram recuperados sem que houvesse mudança. Por que, então, mudar de local o Museu de Dourados? Por que não mudar a Secretaria de Assistência Social, (re)alocar o Museu no espaço da Secretaria até que se reforme a parte do prédio que está com problemas? Estaria aí uma grande oportunidade de se restaurar o casarão e, ao mesmo tempo, abrir a perspectiva de se ampliar o museu.
Londrina, para quem não sabe, é apenas dez dias mais velha que Dourados. Transformada em município em 10 de dezembro de 1935, ultrapassa os 500 mil habitantes e, não obstante ser uma cidade moderna, possui pelo menos dois museus importantes, o histórico e o de arte moderna. Paraupebas, no Pará, com vinte e cinco anos já ultrapassa a população de Dourados e tem museu. Quero dizer que cidades modernas não são aquelas que não preservam a sua história e memória, mas justamente ao contrário, as cidades modernas sabem que o processo de transformação da sociedade é vertiginoso e que, por via de consequência, torna-se necessário preservar hoje aquilo que amanhã poderá ser obsoleto, mas que dará às novas gerações a oportunidade de saber o que são e por que são.
Dia desses observei que em uma rede de transmissão, construída com postes de aroeira, havia fios caídos em vários trechos. Não me foi difícil deduzir que era uma rede telegráfica abandonada. Onde nossos jovens poderiam conhecer um aparelho de telégrafo? Tenho um livro que fala tudo sobre os carros de bois no Brasil, mas o meu melhor aprendizado foi ter visto carros de bois. Posso descrever um ferro de passar roupas com brasas nos seus mínimos detalhes, posso acessar no Google dezenas de imagens dos modelos existentes, no entanto, ao ver e pegar em um deles é que tenho realmente uma avaliação consistente do seu significado para uma determinada época.
Enfim, o que quero dizer é que transferir o museu é abrir caminho também para o fim do casarão.
A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.
VoltarSer convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria
A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.
Abrir arquivoNossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.
Abrir arquivoO livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.
Abrir arquivoEsta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política
Abrir arquivoEsse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.
Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.
Abrir arquivoMomentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.