O DNA do HU de Dourados

           O DNA do atual Hospital Universitário de Dourados deve ser buscado na SODOBEN – Sociedade Douradense de Beneficência – entidade organizada por lojas maçônicas e rotarys douradenses. A monumental obra de 12 mil metros quadrados teve o seu início na gestão de Alceni Guerra à frente do Ministério da Saúde, graças principalmente à ação de seu irmão, o deputado Valdir Guerra.

Bem adiantada estava a construção quando no final da gestão de Wilson Barbosa Martins, um aporte de 1 milhão e setecentos mil reais, fruto de emenda do deputado Marçal Filho, evaporou nos cofres do estado. A construção foi paralisada transformando-se em um verdadeiro “elefante branco” cercado por matagal. 

Para continuar recebendo verbas federais o governador Zeca, a partir de 1999, arcou com a reposição do dinheiro desaparecido com recursos do tesouro estadual. Concomitante ao (re)início da obra estava sendo implantado em Dourados o curso de Medicina e o governador assentiu que aquela obra fosse aproveitada para a implantação do HU.

Em resumo: a SODOBEN foi a grande inspiradora e iniciante da construção da Santa Casa, o governo Zeca o responsável pelo (re)início da obra e contrapartida dos demais recursos vindos do governo federal e a Comissão pró implantação da Cidade Universitária de Dourados foi quem fez a interlocução com a SODOBEN objetivando destinar o prédio  para a UFMS e tornar-se Hospital Universitário.

No entanto a UFMS recusou-se a aceitar a doação e pôs inclusive em dúvida a continuidade do curso de Medicina em Dourados. Então a SODOBEN fez a doação do terreno onde está erguido o hospital para a Prefeitura Municipal, constando no documento que o Município deveria transferir o hospital para a Universidade Federal.

O prefeito de então, Laerte Tetila, aceitou o desafio de transformar aquele enorme edifício em um hospital com atendimento humanizado, repassando-o posteriormente à UFGD. A ideia básica era ter no antigo Hospital Santa Rosa o Hospital da Mulher, no antigo Regional um hospital de urgência e trauma e no HU o atendimento de média e alta complexidade. O Hospital Evangélico nessa época desligara-se do SUS.

Quando se iniciou a Administração Ari Artuzi o Hospital Evangélico voltou a atender pelo SUS e, inclusive, a administrar o Hospital da Vida que na verdade deveria ser um hospital de urgência e emergência, onde seriam prestados os primeiros atendimentos para depois dar-se o encaminhamento dos pacientes para o HU ou Evangélico, conforme as vagas existentes. Inclusive havia uma emenda orçamentária de 2007, do deputado Geraldo Resende no valor de 2 milhões para ampliação e reforma desse hospital que somente agora em 2013 será retomada com o valor de 3.2 milhões.

Voltando ao HU: inaugurado 2004 com a presença de autoridades locais, estaduais e, inclusive do Ministro da Saúde, Humberto Costa em seguida, foi transferido para a UFGD após a sua implantação em 2005. Não foram poucos os esforços para se chegar a esse resultado que seria motivo de júbilo para qualquer cidade brasileira e que, no entanto, em Dourados, por incrível que possa parecer, encontra vozes que alardeiam que ao invés de Hospital Universitário deveria ter sido implantada a Santa Casa, conforme era o projeto original da SODOBEN.

Chamado pela oposição de “postão” em seu início, hoje o Hospital Universitário de Dourados, conta com aparelhos de vídeo-colonoscopia, Eletrocardiograma, Eletroencefalograma, Ecodoppler, Endoscopia, Radiografia, Tomografia Computadorizada, Ultrassonografia e Raio-X com tecnologia digital, além de exames laboratoriais. Oferece 190 leitos, 50 UTIs, 30 especialidades médicas para atendimento ambulatorial e cirúrgico, faz em torno de 40 mil procedimentos mensais, sendo 822 internações e mais de 200 partos por mês. Gerou mais de mil empregos, sendo 580 servidores efetivos; 284 servidores terceirizados e 302 servidores contratados via Fundação Municipal de Saúde. Atende exclusivamente pelo SUS, onde reside a razão das críticas que recebe: as pessoas que defendem que deveria ser Santa Casa na verdade gostariam de privatizar os seus serviços, como ocorre em boa parte dos hospitais beneficentes que recebem isenções fiscais, mas abrigam em seu interior serviços terceirizados.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

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Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

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