Desconstrução de imagens: sempre bem vindas, as críticas não foram poucas

Nem sei exatamente quanto tempo faz, mas acho que desde que comecei a escrever crônicas coloco ao final que as críticas são bem vindas. E quando falo em críticas, uso a palavra em um sentido amplo, significando que tanto as críticas elogiosas quanto as discordantes são realmente bem vindas. Com as que elogiam meus escritos aprendo a humildade, com as discordantes aprendo a enxergar e a refletir sobre as várias visões de mundo que coexistem. Sobre minha última publicação: “A desconstrução de imagens: Lula e o PT na berlinda” (vide: www.biasotto.com.br ) recebi pequena avalanche de críticas, com um equilíbrio muito grande entre os que me elogiaram e os que discordaram do raciocínio que empreguei. Agradeço a todos e passo a algumas explicações. Em primeiro lugar devo esclarecer que desde a minha derrota eleitoral (não política) para o ex-prefeito Ari Artuzi, deixei de militar no PT e essa distância da militância me torna ainda mais livre do que sempre fui para tecer críticas, tanto favoráveis quanto contrárias ao comportamento do Partido e de seus integrantes. Segundo, nunca defendi “mensalões”, corrupção, malversação de verbas e quejandos. Quando disse que os condenados pelo Supremo já o tinham sido pela imprensa de direita, baseio-me na intensa divulgação do caso e a exigência (legítima) de que os acusados fossem julgados. O que eu quis dizer e talvez não tenha sido suficientemente claro é que o tal PIG (Partido da Imprensa Golpista) tratou com pesos diferentes falcatruas idênticas e o Supremo também, ao menos segundo o meu entendimento. Ora, veja, onde está o DNA do mensalão? Quem primeiro utilizou-se desse instrumento de persuasão para alguns deputados? Não foi o PSDB mineiro, ou alguém tem dúvida? Penso que os processos devem ser julgados por ordem cronológica e o mensalão do PSDB ficou em segundo plano. Se isso for correto, não sei o que é incorreto. Mas, vamos além. Alguém tem dúvidas de que a (re)eleição de FHC foi comprada? Não houve provas suficientes de que Sérgio Mota pagou R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para comprar o voto de alguns deputados? E o que fez a mídia de direita? O que fez o Supremo Tribunal? Então, que fique claro: desvios devem ser punidos, malversação deve ser punida, improbidade deve ser punida, mas só de um lado? Ora, pau que bate em Chico deveria também bater em Francisco, não é? Terceiro: uma das críticas que recebi diz que o PT está tentando controlar a imprensa e compara esse tipo de controle ao nazismo e ao modelo socialista soviético. Ora, ora, quem diz isso? O Estadão. Quer um modelo de jornalismo mais comprometido com a direita? Essa afirmação é falaciosa. Quem controla a grande imprensa nacional é o pensamento de direita e não o PT. Ademais, nesse mesmo dia um colunista do jornal o Estado de São Paulo (Estadão) criticou a presidente Dilma afirmando ao final que ela tem que dar um choque de capitalismo no Brasil. Mais? Como se não bastassem as concessões feitas por Lula e pela própria presidente ao capitalismo tupiniquim? É isenção de impostos aqui, é privatização de aeroportos acolá, são as parcerias público privadas, enfim, concessões que acabam sendo desfavoráveis à classe trabalhadora, o que, de certa forma é incoerente com o procedimento petista. Haja vista o aumento do mínimo e as reivindicações de vários segmentos da sociedade, inclusive com greves, principalmente do funcionalismo público. E ainda tenho que ler na Folha de São Paulo que os professores brasileiros constituem-se na mais conservadora das categorias de trabalhadores. São os trabalhadores agora os conservadores, e ainda por cima os professores. Enfim, o que desejo dizer é que foi justamente em virtude das publicações de Veja, Isto é, Folha e Estadão que detectei claramente a campanha orquestrada de desconstrução de imagens de algumas personagens petistas (às vezes sutis e até mesmo subliminares) em benefício de candidaturas de direita (leia-se Aécio Neves). A campanha de 2014 se não está nas ruas, já está no PIG (Partido da Imprensa Golpista) Reconheço que as questões levantadas na crônica já mencionada (a desconstrução de imagens) foram numerosas e complexas e que, portanto, deveriam ser demonstradas com maior clareza. Mas cadê espaço? De qualquer forma estou grato aos leitores, em especial aos que dedicaram algum tempo para comentarem sobre ela.

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br