"Tá vendo aquele edifício moço?"

“Tá vendo aquele edifício moço?”             

 “Cidadão” é a música de Zé Geraldo que conta a história de um nordestino que foi para São Paulo trabalhar como servente de pedreiro e depois de muito sofrer toma consciência de que as suas obras, sua força de trabalho e seus calos nas mãos de pouco ou nada lhe valeram.

Estive na segunda-feira passada (10/10/2011) no Hospital Universitário e me senti um pouco esse “cidadão”, pois fui impedido de entrar para mostrá-lo a dois empresários de São Paulo que poderiam trazer algum benefício para aquela majestosa obra.
 Em casa procurei a letra da música e os meus olhos lacrimejaram. O cidadão da música não podia sequer olhar para o edifício que ajudara a edificar. Mas eu dei a volta por cima. Veja o leitor como às vezes o mundo todo conspira a nosso favor. Dias atrás um tio de minha mulher veio visitar-nos e foi acometido de forte infecção pulmonar. Levado ao Hospital da Vida foi muito bem atendido e ato seguinte encaminhado para o Hospital Universitário. Que fiz ao ser impedido de entrar? Como estava em horário de visitas fui até a ala que encaminha esse procedimento e assim empresários e eu entramos para visitar o tio e pudemos oferecer ao menos uma ínfima idéia daquela obra aos empresários.
Sinceramente, não me chateei ao ser impedido de entrar. Os funcionários novos não têm obrigação de conhecer a história do hospital (embora fosse oportuno), muito menos de saberem que a idéia de transformá-lo em HU foi minha. Por outro lado foi gratificante ouvir o testemunho de nosso tio, dizendo que o atendimento por ele recebido era magnífico. Segundo ele não havia exceção: médicos, fisioterapeutas, enfermeiros(as), copeiras, pessoal da limpeza, todos o atendiam eficaz e carinhosamente, portanto mereciam os seus agradecimentos. Observando que o estado de conservação do Hospital não era tão condizente com o depoimento de nosso tio resolvi conversar com outros pacientes e todos foram unânimes em afirmar que estavam sendo muito bem tratados.  
Engana-se, portanto quem supõe que a Saúde Pública em Dourados é a pior da face da Terra. Claro que temos problemas, mas em compensação podemos servir como referência até mesmo para cidades de nosso porte situadas em estados brasileiros mais desenvolvidos que o nosso.
Bem, mas embora não seja lobista, mas por ter um parente envolvido na empresa que visitava Dourados, levei os empresários a outros hospitais. Tivemos contratempos devido aos nossos feriados e pontes, mas eles ficaram muito bem impressionados com o Santa Rita, Cassems, Hospital do Coração e com o CDM. No Evangélico, onde fomos recebidos pelo diretor geral e pelo diretor do Centro de Diagnóstico e Imagens, os empresários ficaram agradecidos com a recepção que tiveram e admirados por encontrar naquela casa de saúde aparelhos existentes em apenas trinta hospitais brasileiros, a exemplo do Albert Einsten.
Por fim, além de tornar público o agradecimento de minha família a todo o pessoal do Hospital da Vida e ao Hospital Universitário pelo atendimento que dispensaram ao nosso tio (e aos enfermos em geral), reafirmo a minha fé de que Dourados é maior que os seus atuais problemas e ainda haverá de ser uma Cidade Educadora.
            Crônica escrita no dia 12 de outubro, feriado Nacional em honra à padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida, e  dia em que se comemora o dia da criança.
 

A reprodução do texto é permitida desde que citada a fonte.

Voltar

Livros

As Fabulosas Histórias de Bepi Bipolar

Ser convidada para escrever o prefácio deste livro de literatura
foi realmente muito gratificante e a deferência a mim concedida
pelo amigo, historiador e escritor Wilson Valentin Biasotto foi
recebida com surpresa e alegria

Abrir arquivo

2010: O ANO QUE NÃO ACABOU PARA DOURADOS

A obra ora apresentada é uma coletânea de crônicas publicadas em diversos meios de comunicação no ano de 2010. Falam, sempre com elegância e fluidez, de nossas vidas, de acontecimentos e de possíveis eventos em nosso país, especialmente em nosso município.

Abrir arquivo

MEDIEVO PORTUGUES: O REI COMO FONTE DE JUSTIÇA NAS CRÔNICAS DE FERNÃO LOPES

Nossa preocupação, nesse trabalho, foi a de estudar o comportamento dos reis, no que concerne à aplicação da Justiça, baseados nas crônicas de Fernão Lopes.

Abrir arquivo

Crônicas: Educação, Cultura e Sociedade

O livro ora apresentado é um apanhado de 104 crônicas, algumas de 1978 e a maioria escrita a partir de 1995 até a presente data. O tema Educação compõe-se de 56 crônicas, outras 16 são relatos descrevendo fábulas ou estórias oriundas da cultura italiana, e os emas Cultura e Sociedade compreendem, cada um, 16 crônicas.

Abrir arquivo

Crônicas: globalização, neoliberalismo e política

Esta obra foi editada em 2011 pela Editora da UFGD e reune 99 crônicas escritas principalmente nos últimos quinze anos, versando sobre a globalização, o neoliberalismo e política

Abrir arquivo

[2009] EDIFICANDO A NOSSA CIDADE EDUCADORA

Esse trabalho tem três objetivos principais, cada qual contemplado em uma das três partes do livro, como se verá adiante. O primeiro é oferecer ao leitor algumas reflexões sobre temas que ocupam o nosso dia-a-dia; o segundo é divulgar os vinte princípios das Cidades Educadoras e, finalmente o terceiro, é tornar público o projeto que nos orienta na transformação de Dourados em uma Cidade Educadora e mostrar os primeiros passos para a operacionalização desse projeto.

Abrir arquivo

[1998] Até aqui o Laquicho vai bem: os causos de Liberato Leite de Farias

Ao refletir sobre a importância do contador de causos/narrador para a preservação da cultura, percebe-se que cada vez menos pessoas sabem como contar/narrar, com a devida competência, as experiências do cotidiano. Por quê? Para Walter Benjamin, as ações motivadoras das experiências humanas são as mais baixas e aterradoras possíveis em tempos de barbárie; as nossas experiências acabam parecendo pequenas ou insignificantes diante da miséria e da fragmentação humana, numa constatação que extrapola os espaços nacionais.

Abrir arquivo

[1991] O MOVIMENTO REIVINDICATÓRIO DO MAGISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL: 1978 - 1988

Momentos de grandes mobilizações têm teito do professorado de Mato do Sul a vanguarda do movimento sindicalista deste Estado. Este fato motivou a realização deste trabalho, que teve como proposta inicial analisar criticamente o movimento reivindicatóno do magistério de Mato Grosso do Sul, na perspectiva de revelar-lhe, tanto quanto possível, o perlil de luta, ao longo de sua palpitante trajetória em busca de melhorias salariais, estabilidade empregatícia e melhoria da qualidade do ensino.

Abrir arquivo

Contato

Informações de Contato

biasotto@biasotto.com.br